O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) estar otimista nas tratativas com os Estados Unidos sobre o tarifaço, independentemente de quem seja o interlocutor indicado pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Questionado sobre o fato de o mandatário dos EUA ter designado Marco Rubio, secretário de Estado americano, para continuar as conversas com o Brasil, considerado por ter uma inclinação mais “ideológica”, Haddad afirmou que a diplomacia brasileira saberá conduzir as tratativas de forma eficiente.”Independentemente de quem seja designado, a diplomacia brasileira, com os argumentos que tem, vai saber superar esse momento. Os fatos são muito favoráveis à parceria, em todos os aspectos, inclusive no que concerne em vantagens que os EUA têm em estabelecer relações com o Brasil”, disse Haddad, em entrevista ao programa ‘Bom dia, Ministro’, da EBC.
Nesta segunda-feira (6), Lula conversou por telefone com Donald Trump. A conversa durou cerca de meia hora. Ele estava acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin, do assessor especial Celso Amorim e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Sidônio Palmeira (Secom). A possibilidade de um encontro entre Lula e Trump foi anunciada no mês passado pelo líder americano durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A conversa ocorre em meio ao tarifaço, com sobretaxa de 50% a produtos brasileiros. O tarifaço de Trump incide sobre produtos estrangeiros importados pelos Estados Unidos. A Casa Branca anunciou uma alíquota base de 10% a itens do Brasil e, depois, impôs taxas adicionais de 40%, chegando a um total de 50%. A medida, segundo o governo americano, visa responder a práticas comerciais consideradas injustas.
Haddad afirmou, ainda, acreditar que as relações com os EUA melhorarão com a proximidade entre Lula e Trump. “Acredito que vai distensionar [reduzir a tensão] e abrir espaço para uma conversa franca. Foi uma largada equivocada vai ser superada”, justificou o ministro. Haddad declarou, também, que o governo brasileiro não vai mudar sua estratégia que, em sua visão, está dando certo. “Estamos tão confiantes nos nossos argumentos que entendemos que eles vão se fazer valer pela diplomacia brasileira, que é das melhores do mundo”, acrescentou. Ele avaliou que os Estados Unidos também estão sofrendo com o tarifaço, pois produtos brasileiros, como café e carne, estão mais caros no país. “Eles [consumidores norte-americanos] estão com café da manhã mais caro, café mais caro, carne. Eles estão notando que as medidas mais prejudicaram do que favoreceram os EUA”, declarou o ministro da Fazenda.
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