O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou de uma videoconferência nesta segunda-feira (6) com o mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, segundo informações obtidas pela TV Globo. A conversa estava marcada para as 10h30, e durou cerca de meia hora. Lula conversou com Trump do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e Sidônio Palmeira (Secom).
A possibilidade de um encontro entre Lula e Trump foi anunciada no mês passado pelo líder americano durante na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. A conversa ocorre em meio ao tarifaço, com sobretaxa de 50% a produtos brasileiros. O presidente norte-americano discursou logo após a fala de Lula, e os dois tiveram um pequeno contato, no qual se cumprimentaram e concordaram em conversar. Segundo Trump, houve uma boa “química” entre Lula e ele.
Na ocasião, Lula afirmou após o encontro que “aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu” sobre encontro com Donald Trump durante a Assembleia Geral da ONU e que “pintou uma química mesmo” com o presidente dos Estados Unidos. Auxiliares de Lula preferiam um primeiro contato por telefone ou vídeo para depois viabilizar uma reunião presencial entre os presidentes. A estratégia permitiria a Lula e Trump tirarem dúvidas e identificarem pontos de convergência e divergência na negociação comercial. Eles também poderiam estabelecer aos poucos uma relação de confiança.
A difícil relação de Lula com Trump, desde que o presidente norte-americano foi eleito no final de 2024, faz com que o trabalho da diplomacia brasileira seja cauteloso e discreto. Trump tem histórico de idas e vindas de posições e, conforme diplomatas, há o receio de recuo sobre a reunião com Lula, em especial porque auxiliares do líder americano podem tentar atrapalhar a aproximação entre os presidentes. Trump determinou o tarifaço para interferir nos casos de Bolsonaro, porém a pressão não teve efeito. O ex-presidente foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe e outros crimes. Lula reafirmou na ONU que a independência do Judiciário e da soberania do Brasil não são temas a serem questionados. Entretanto, ele reforçou em discursos e entrevistas que está aberto a dialogar sobre comércio com Trump. Temas como regulação de big techs e exploração de terras raras são de interesse dos americanos.(G1)