Em uma iniciativa inédita que une governo, setor produtivo e sociedade civil, é lançado oficialmente no dia 2 de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o Movimento Bahia pela Educação, que visa mobilizar a sociedade em torno do desafio de alfabetizar, no mínimo, 80% das crianças baianas na idade certa, ao final do 2º ano do ensino fundamental, até 2030, em consonância com a meta dos programas das esferas Federal, Estadual e Municipal.
O movimento é uma articulação da FIEB, por meio do Serviços Social da Indústria (SESI) da Bahia, em parceria com a União dos Municípios da Bahia (UPB), Governo do Estado, Secretaria de Educação da Bahia, Federação das Empresas de Transporte dos Estados da Bahia e Sergipe (FETRABASE), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado da Bahia (SEBRAE-BA), Ministério Público da Bahia, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e Cátedra Sérgio Henrique Ferreira (USP).
Durante o encontro, que contou com a participação da imprensa baiana, o diretor superintendente do SESI Bahia, Armando Neto, apresentou o Movimento. Na ocasião, foi lançado oficialmente, como parte da iniciativa, o Prêmio Município Alfabetizador, que reconhecerá os municípios com os melhores resultados em alfabetização ao final do 2º ano do Ensino Fundamental. A cerimônia de premiação será realizada no dia 15 de dezembro de 2025, na sede do Ministério Público da Bahia.
Armando Neto, destaca que o Movimento busca transformar a Bahia em referência nacional em educação de qualidade: “A atuação do movimento será colaborativa, por meio de parcerias e projetos estratégicos. Para o ciclo 2025-2028, a prioridade é clara: assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas na idade certa.”
Já o consultor técnico do Movimento, Mozart Ramos, especialista em políticas públicas educacionais e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, da USP de Ribeirão Preto, destaca a importância do envolvimento de todos os setores da sociedade. “Quando a indústria percebe que precisa participar, é porque enxerga um futuro diferente. Queremos uma Bahia em que crianças e jovens aprendam o que é esperado em cada etapa escolar, e estejam preparados para seguir no mundo acadêmico, técnico ou profissional. Estou extremamente engajado e comprometido”, pontua.
O presidente da UPB, Wilson Cardoso, enfatizou o papel estratégico dos municípios para a mudança. “Toda a Bahia sabe que temos um dos piores índices de alfabetização do país. Mas estamos prontos para mudar essa realidade. A premiação dos municípios que obtiverem os melhores resultados é uma forma de incentivar e mobilizar os gestores locais. Eu não tenho dúvida nenhuma que nós vamos conseguir, mesmo porque nós temos hoje na Bahia a melhor safra de prefeitos e prefeitas. Vamos juntos, todos unidos, a sociedade, todos, por um único objetivo”, afirmou.
“O Movimento Bahia pela Educação é uma agenda essencial. Atuaremos firmemente para garantir o direito à educação de qualidade em todas as Promotorias de Justiça, apoiando o programa Bahia Alfabetizada e contribuindo para mudar este quadro alarmante”, garante o procurador-geral do Ministério Público da Bahia, Pedro Maia Marques.
Proposta de mudança – Segundo dados do MEC (2024), apenas 36% das crianças baianas chegam ao final do 2º ano com o nível esperado de proficiência leitora. Em 65% dos municípios, menos de 40% dos estudantes estão alfabetizados na idade adequada. Diante desse cenário preocupante, o movimento propõe uma grande mobilização social, política e institucional, reunindo esforços em torno de metas educacionais claras e mensuráveis.
Com o lema de “unir forças por uma educação que transforma”, o Movimento Bahia pela Educação dá um passo decisivo para colocar a alfabetização infantil no centro da agenda pública do estado. Já são 13 instituições signatárias do Movimento, entre elas: Governo do Estado da Bahia, Secretaria de Educação da Bahia, UPB, Ministério Público da Bahia, FIEB, SESI, SEBRAE, FETRABASE, SEST, SENAT, e Cátedra Sérgio Henrique Ferreira (USP).