Os investidores da Bolsa de Valores brasileira andam rindo à toa, afinal, o índice Ibovespa vem batendo todos os recordes e acumula uma alta de mais de 20% neste ano, atingindo a pontuação recorde de 146 mil pontos. Mas nem todo investidor deveria estar contente, afinal, embora o Ibovespa esteja valorizando, as principais ações que compõem o índice da B3, especialmente as chamadas blue chips, como Petrobras, Vale, Suzano e outras, estão caindo, com a cotação bem menor do que há um ano.
A Petrobras, por exemplo, foi cotada a R$ 40,00 em dezembro de 2024 e hoje está em torno de R$ 31,00. Mesmo abatendo a distribuição de dividendos, cujo valor médio foi metade do valor distribuído em 2023, a perda do investidor que tem Petrobras em carteira foi da ordem de 15%, com variações a depender do cálculo.
O desempenho da Vale, que era cotada a R$ 64 em setembro de 2024 e hoje é negociada a R$ 57,00, também foi ruim; o da Suzano, cuja cotação estava em R$ 63,00 em janeiro de 2025 e agora é de R$ 49,00, foi pior. As demais blue chips, como Ambev, Banco do Brasil, Bradesco e outras, estão apresentando perdas ou desempenho pífio, e até a WEG, multinacional brasileira fabricante de equipamentos elétricos, que era a queridinha do mercado, vale hoje quase a metade do que no início do ano.
Isso não deve assustar ninguém, e o investidor não deve sair vendendo seus papéis, pois as variações do preço das ações no mercado são normais, especialmente no relacionado a commodities. O preço do petróleo, do minério de ferro e de outras commodities está em baixa no mercado internacional, e isso explica parte do movimento.
Além disso, é preciso levar em conta que o Ibovespa é uma média ponderada e, se algumas ações sobem muito, podem puxar o índice para cima, mesmo que outras ações estejam em baixa.
Mas há outras explicações para o fato de o Ibovespa crescer e as blue chips não. Em primeiro lugar, a composição do Ibovespa muda: o índice não é estático e, geralmente, a cada quatro meses a B3 faz um rebalanceamento, com ações entrando e saindo, havendo alterações no valor de mercado e na liquidez. Este ano, por exemplo, algumas empresas do varejo, bancos (Itaú, BTG) e companhias de energia ganharam peso por conta do desempenho, enquanto outras, como Petrobras e Vale, perderam influência relativa.
Mas quem está puxando o índice Bovespa para cima? São as small caps, empresas menores que dependem do mercado interno e estão crescendo estimuladas pelas perspectivas de queda nos juros. Mas é preciso estar atento, pois o Banco Central promete manter a taxa Selic em 15% por muito tempo, e a desaceleração da economia veio forte e pode afetar essas empresas.
Em resumo, o investidor em Bolsa tem de avaliar sua carteira e fazer contas, pois neste momento há um paradoxo em voga dado pela máxima: Bolsa em alta, mas portfólio de blue chips em baixa.
BAHIA 6º MAIOR ORÇAMENTO
O governo da Bahia encaminhou o projeto de lei que define o orçamento do estado para 2026. A proposta prevê uma despesa de R$ 77,4 bilhões, representando um aumento de 9,1% em comparação ao previsto para este ano. Assim, o orçamento da Bahia mantém-se como o sexto maior do país. Ao encaminhar a peça à Assembleia Legislativa, o governador Jerônimo Rodrigues afirmou que, em 2026, o governo vai priorizar o controle dos gastos e manter os investimentos em áreas que geram empregos. Já o secretário de Planejamento, Cláudio Peixoto, destacou a importância da peça orçamentária, que traduz em números o compromisso do Estado em transformar objetivos em políticas públicas efetivas.
MUNICÍPIO LÍDER NO AGRO
A Bahia teve dois municípios entre os 10 maiores do país em valor de produção agrícola em 2024, ambos no Oeste baiano. São Desidério registrou o 2º maior valor de produção agrícola do Brasil pelo terceiro ano seguido. A receita foi de R$ 6,6 bilhões, atrás apenas da de Sorriso (R$ 7,2 bilhões), no Mato Grosso. Cerca de 56% do valor veio da soja, o equivalente a R$ 3,7 bilhões, enquanto o algodão respondeu por 36,1%, cerca de R$ 2,4 bilhões. Formosa do Rio Preto ficou em sexto lugar, gerando R$ 4,9 bilhões em 2024, segundo o IBGE. Já a Embrapa aponta que o extremo oeste da Bahia é o maior polo de irrigação por pivôs centrais no Brasil.