A regularização de dívidas inadimplidas por consumidores nos últimos 12 meses (maio de 2024 a abril de 2025) Nordeste foi de 62,1% em até 60 dias após a negativação, com destaque para o Ceará (67,8%) e Sergipe (65,9%), que impulsionaram este resultado.
Na visão nacional, a recuperação maior ocorreu no setor financeiro: a regularização de dívidas inadimplidas por consumidores nos últimos 12 meses (maio de 2024 a abril de 2025) com Bancos, Cartões e Financeiras foi de 61,5%, o menor patamar desde janeiro de 2023. Os dados consideram que a regularização pode ter sido feita por meio de quitação ou renegociação em até 60 dias da data de negativação. As dívidas fora do setor financeiro (luz, água, telefonia, varejo, entre outras) mostraram uma recuperação inferior, de 56,4%.
“Mesmo em um contexto de mercado de trabalho aquecido, com desemprego em níveis baixos e crescimento do rendimento médio real habitual, a recuperação de crédito dos consumidores está mais desafiadora este ano. Isso é, provavelmente, consequência do acúmulo de pendências financeiras das pessoas, já que a concessão cresceu em ritmo acelerado ao longo de 2024 e há dificuldade de renegociar dívidas e prazos, possível reflexo do ambiente mais restritivo de concessão atualmente”, declara a economista da datatech, Camila Abdelmalack.
Além disso, quando se observa o valor das dívidas que foram negativadas em abril, a recuperação é maior quando envolve valores acima de R$ 10 mil. Segundo Camila, “isso ocorre porque dívidas de valores altos geralmente estão ligados a financiamento de bens como imóveis e automóveis, por isso o não pagamento pode causar a perda do item, o que faz com que esses compromissos sejam priorizados. Isso se reflete também no dado citado acima, do setor financeiro, uma vez que geralmente este tipo de concessão é feita por instituições financeiras”. As contas de valor menor mostraram uma recuperação ao redor do mesmo patamar: 58,8% para dívidas negativadas de até R$ 1.000, 58,7% para a faixa entre R$ 1.000 a R$ 2.000 e 56,8% para aquelas entre R$ 2.000 a R$ 10.000.
Em relação à comunicação com os consumidores sobre seus débitos, os meios digitais se consolidaram como o mais eficiente para recuperação do crédito: 67,4% das dívidas que foram negativadas por meio digital foram regularizadas, enquanto os avisos feitos por carta tiveram resolução em apenas 48,4% dos casos.
A visão pelas regiões do Brasil mostra que a quitação no período das dívidas dos consumidores foi maior no Nordeste (62,1%), seguido pelo Sul (61%), Sudeste (59,5%), Centro-Oeste (54,7%) e Norte (53,2%).
Foto: José Cruz/Agência Brasil