O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, classificou como “irrazoável e injusta” a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e seus familiares. Barroso afirmou esperar que as sanções sejam revertidas “em pouco tempo” e lamentou os efeitos pessoais que a tensão política trouxe à rotina dos ministros. Segundo ele, antes era possível participar de eventos públicos com familiares e amigos sem grandes preocupações, mas hoje é necessário sair de casa acompanhado por três seguranças.
Os Estados Unidos aplicaram as sanções e ainda cancelaram os vistos de quase todos os ministros do STF. Apenas Luiz Fux, André Mendonça e Nunes Marques não foram afetados. Para Barroso, o cancelamento de vistos é “desagradável” e “uma pena”, mas reconheceu que se trata de uma decisão soberana de cada país. “Esse é o custo pessoal de um país em que alguma coisa aconteceu que gerou muito ódio e muita raiva nas pessoas. Algum tipo de liderança política trouxe essa consequência negativa de extrair o pior das pessoas em termos de violência, intolerância e agressividade”, disse o ministro.
Barroso deixa a presidência do STF nesta semana. O comando da Corte passará para Edson Fachin, de perfil mais discreto, que também teve o visto cancelado pelos EUA.
Foto: Roberto Jayme/ASCOM/TSE