A General Motors fechou parceria com a Comexport para produzir o Chevrolet Spark EUV em Horizonte (CE), onde funcionava a Troller, A fábrica será montagem no arranjo SKD, em kits pré-montados, e terá início ainda neste ano. O novo SUV compacto chinês quer competir com os carros da BYD, que tem fábrica em Camaçari.
“A Comexport tem licença para montar o Spark em Horizonte – e nós a compramos da Comexport”, disse Fábio Rua, vice-presidente da GM na América do Sul. O Spark, pequeno SUV elétrico de origem chinesa, é um projeto da Wuling, parceira da GM na Ásia.
A companhia também promete aprimorar o projeto do Spark em comparação com o Baojun Yep, sua versão chinesa. Por enquanto, com exceção dos logotipos, os SUVs são idênticos, mas o modelo nacional deverá ser mais completo: uma versão de cinco lugares está nos planos, além da instalação da interface Onstar.
A Comexport diz que a GM não será sua única parceira. Apesar da fábrica de Horizonte estar em processo de adaptação para também receber a linha de montagem do Captiva EV, outras fabricantes negociam – ou já negociaram – com a empresa para produzir no Ceará. É o caso de marcas como Neta e Omoda Jaecoo.
Isso porque a fábrica da Comexport funcionará como uma espécie de “barriga de aluguel” para as marcas brasileiras. Em outras palavras, será uma fábrica “multimarcas” – e existe até um exemplo de sucesso no continente que serviu de exemplo para essa operação.
A Nordex está localizada em Montevidéu, no Uruguai, e estreou o conceito de fábrica multimarcas na região. Ali são produzidos carros da Stellantis (as vans Scudo, Expert e Jumpy), da Ford (a van Transit) e também da Kia (o caminhão Bongo). Até o segundo semestre deste ano a Fiat Titano também era montada na instalação, mas teve sua linha transferida para Córdoba (Argentina).
E como fábricas pequenas como as da Comexport e da Nordex em Montevidéu conseguem atender tantas marcas? A resposta está na produção CKD ou SKD.
A fábrica da Comexport é a mesma onde eram produzidos os jipes Troller
Carros montados nos arranjos CKD e SKD são produzidos em outros países, mas as peças são importadas ao Brasil em kits que podem ser totalmente desmontados ou parcialmente montados. Os veículos CKD e SKD têm pouco – ou até nenhum – índice de nacionalização. Mas a partir de janeiro de 2027, veículos produzidos nestes arranjos pagarão 35% de imposto, o mesmo de carros importados, por isso a BYD pretende produzir os carros na Bahia com maior índice de nacionalização. Com informações do Valor Econômico.
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