A agroindústria familiar do grupo produtivo de mulheres Sabores do Sertão, da comunidade de Caraíbas, em Umburanas, recebeu o Certificado de Conformidade Orgânica em cerimônia realizada nesta terça-feira (23), no Serviço Territorial de Apoio à Agricultura Familiar (Setaf), em Jacobina. A certificação fortalece o trabalho realizado pelo Governo do Estado da Bahia, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), para estimular a agricultura orgânica e ampliar a geração de renda das famílias agricultoras.
O reconhecimento é resultado de um rigoroso processo de avaliação, seguindo as etapas do Sistema Participativo de Garantia (SPG), conduzido pela Rede de Agroecologia Povos da Mata. “Essa certificação significa muito para o grupo Sabores do Sertão, formado por nove mulheres de uma comunidade com apenas 40 residências. A gente se sente parte dessa força que está projetando a agricultura familiar na Bahia. Nossos planos agora são agregar ainda mais valor aos produtos e gerar mais renda e dignidade para as mulheres do grupo e para toda a comunidade”, comemora a agricultora Marcejane Duarte.
Além da certificação, o grupo se destaca pela produção e comercialização de biscoitos, sequilhos e bolos livres de glúten, ampliando as possibilidades de mercado e atendendo a um público cada vez mais diverso.
Essa conquista é fruto das ações do projeto da CAR, Pró-Semiárido, que implantou 15 cozinhas comunitárias na região e firmou convênio com a Rede de Agroecologia Povos da Mata para a certificação orgânica participativa, concluído em 2023. A partir desse trabalho, foi formado o pré-núcleo de produtores certificados Semiárido Forte, composto por 30 agricultores e agricultoras. “A CAR nos ajudou a institucionalizar essa iniciativa, mas precisamos ampliá-la, porque é uma alternativa de produção justa”, ressaltou Paula Oliveira, presidente do Núcleo Raízes do Sertão, ao qual o pré-núcleo está vinculado.
Para a coordenadora local do projeto da CAR, Pró-Semiárido, Rejane Magalhães, a conquista representa muito mais do que um selo. “É algo grandioso. Essas mulheres estão comercializando não só produtos da agricultura familiar, mas alimentos livres de glúten, feitos com matéria-prima cultivada na própria comunidade. É uma alimentação saudável que nasce da agroecologia, que foi a base metodológica do nosso trabalho. Esses produtos orgânicos também simbolizam o modo de vida, as lutas e as conquistas dessas mulheres”.
Fotos: Aline Queiroz
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