A federação entre PP e União Brasil, batizada de “União Progressista (UPb)” em agosto de 2025, enfrenta um dos seus maiores desafios na Bahia. Enquanto nacionalmente os partidos decidiram romper com a base do governo federal e unificar estratégias para as eleições de 2026 e 2028, no estado a aliança esbarra em arranjos políticos locais: o PP mantém apoio histórico ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), em rota de colisão com o projeto oposicionista liderado por ACM Neto (União Brasil).
Segundo apuração exclusiva do portal Bahia Econômica, a assessoria do deputado estadual Niltinho (PP) — líder da bancada da sigla na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) — afirmou que não há novidade concreta sobre o tema da federação. A pasta reforçou que a posição dos deputados estaduais já está definida: se os diretórios estaduais não tiverem autonomia para escolher seus aliados, haverá debandada.
“Os deputados estaduais apoiam o governador Jerônimo. Até a abertura da janela de troca partidária, oque vai haver é especulação. Estamos preferindo dar atenção aos nossos municípios parceiros e trabalhar pelo povo baiano”, disse a assessoria.
Apoio do PP ao governo estadual
Na Bahia, o PP segue como aliado de Jerônimo Rodrigues. Deputados estaduais da sigla integram a base do governo e trabalham para permanecer no bloco. O governador tem minimizado os efeitos da federação e afirmou que não pretende intervir, limitando-se ao comando do PT. Jerônimo também acenou com a possibilidade de “ajudar” parlamentares do PP a migrarem para legendas governistas, caso a federação os obrigue a marchar com a oposição.
Prefeitos e lideranças em dilema
O impasse já provoca movimentações em municípios estratégicos. Prefeitos e líderes do PP cogitam manter apoio ao governador, mesmo sob risco de punições internas. Zé Cocá, prefeito de Jequié, tem marcado presença em agendas ao lado de Jerônimo e evita definir posição final. Já o prefeito de Iramaia, “Piu de Santo”, rompeu com a oposição e aderiu à base governista.
Em outro episódio simbólico, o deputado federal Cláudio Cajado (União Brasil–PP) — que havia declarado apoio a ACM Neto — participou de inaugurações ao lado de Jerônimo e chegou a elogiar obras estaduais, reforçando o quadro de contradições.
Cenário de incerteza
O futuro da federação na Bahia dependerá da definição das regras partidárias e da abertura da janela de migração em 2026. Até lá, lideranças do PP sinalizam que o apoio a Jerônimo Rodrigues será mantido, ainda que à revelia da disciplina imposta pela federação com o União Brasil.
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