domingo, 28 de setembro de 2025
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BAHIA É O SEGUNDO ESTADO COM MAIOR ÍNDICE DE ABANDONO ESCOLAR NO ENSINO MÉDIO NO BRASIL, DIZ PESQUISA

João Paulo - 25/09/2025 07:00

Segundo números do Anuário Brasileiro da Educação Básica, a Bahia é o segundo estado com maior índice de abandono escolar no Ensino Médio no Brasil. A informação consta no “Todos Pela Educação” a partir de microdados do Censo Escolar da Educação Básica, do Ministério da Educação (MEC). O relatório aponta que 5,8% dos estudantes baianos do nível médio abandonaram os estudos em 2024. A taxa de abandono, empatada com a da Paraíba, fica atrás apenas do Rio Grande do Norte e é também superior à média nacional, que é 3,2%. Para Manoela Miranda, gerente de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, essa alta taxa de abandono pode estar relacionada a fatores como a transição do ensino fundamental para o ensino médio, que para muitos jovens vem acompanhada da necessidade de começar a trabalhar.

Outro motivo mencionado pela especialista é a distorção idade-série na Bahia, ou seja, o número de alunos do Ensino Médio com dois ou mais anos de atraso na trajetória escolar. Neste campo, o estado ocupa o quarto lugar no país, com 27,1% de estudantes atrasados – nove pontos percentuais acima da média nacional. Aqui, apenas 56,8% dos jovens de 19 anos já finalizaram o ensino médio, o pior número do Nordeste e terceiro pior do Brasil, atrás apenas do Amapá (52,4%) e do Acre (55%).

“Esse atraso, essas dificuldades na aprendizagem e essas constantes reprovações são também, muitas vezes, associadas ao abandono escolar. Portanto, é muito importante ter um diagnóstico aprofundado, entender as particularidades desses estudantes e se é possível recuperá-los. Mas, principalmente investir na recomposição da aprendizagem, para que esses estudantes possam continuar sua trajetória escolar sem maiores interrupções e evitar que essa distorção da idade acabe em novos abandonos na Bahia”, pontua.

Sandra (nome fictício), coordenadora de um colégio estadual em Salvador, aponta ainda outros motivos que percebe no dia-a-dia, sobretudo lecionando à noite. “Todas as escolas do noturno estão com problema de baixa frequência, porque os alunos têm problemas com as questões de facção. Eles ficam com dificuldade de se deslocar até a escola, que, às vezes, é de uma rua para outra. Alguns estão cansados, desestimulados e têm outras propostas de trabalho”, diz. (Correio)

 

Imagem de elizabethaferry por Pixabay

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