A Novonor, ex-Odebrecht, está em recuperação judicial desde 2019 e em 2024, a companhia registrou um prejuízo de R$ 16,9 bilhões. A dívida bruta consolidada da empresa soma R$ 110,8 bilhões. Desse total, cerca R$ 46 bilhões vêm da dívida corporativa da Braskem, já que a holding ainda é formalmente sua controladora. Sem ela, o passivo da Novonor ficaria mais próximo de R$ 65 bilhões.
A recuperação judicial da Novonor foi aprovada pelos credores em meados de 2020 em um modelo que juntou no mesmo processo dezenas de empresas da antiga Odebrecht, misturando ativos e passivos em um único bolo.
Mas sem a Braskem, o plano de recuperação não tem combustível para se manter, por isso a empresa quer manter pelo menos 5% do controle da petroquímica.
A participação é considerada estratégica: essas ações poderiam ser usadas como garantia em novas operações ou mesmo para dar acesso a linhas de crédito.
Além da Braskem, a Novonor ainda controla um conjunto de empresas, mas nenhuma delas tem escala para sustentar a reestruturação. A Odebrecht (também conhecida como OEC), braço de engenharia pesada, voltou a conquistar contratos e fechou 2024 com uma carteira de obras contratadas de cerca de US$ 3,9 bilhões, distribuída em 31 projetos — 21 no Brasil e 10 no exterior.
Entre eles estão linhas de transmissão de energia, obras de saneamento em capitais nordestinas e contratos de infraestrutura em Angola e nos Estados Unidos, além de negociações para atuar na Guiana. O avanço comercial, porém, não foi suficiente para aliviar o peso do passivo: em junho de 2024, a companhia pediu uma recuperação judicial própria, com dívidas de US$ 4,6 bilhões.
Neste semana, a OEC deu mais um passo na tentativa de retomar espaço em grandes obras públicas ao se habilitar e disputar a licitação dos três lotes da Linha 19 do Metrô de São Paulo. A empreiteira apresentou propostas de R$ 5,24 bilhões, R$ 6,7 bilhões e R$ 6,9 bilhões, respectivamente, para realizar as obras, concorrendo com empresas como Andrade Gutierrez e Power China. O resultado dos certames, que vão avaliar o valor da proposta e a capacidade técnica das empresas, sairá nos próximos meses.
No setor imobiliário, o grupo tem a OR, enquanto a recém-criada Nova Infra Invest nasceu para atuar em concessões de transporte, energia e saneamento. Há também iniciativas no setor de defesa (ICN) e a Supervia no Rio de Janeiro. Com informações da InvestNews.