Os dados de setembro do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo) nominal, que considera a participação das atividades no volume total de vendas do comércio varejista medido pelo IBGE, apresenta previsão de crescimento de 7,8% em setembro, 8,0% em outubro e 7,3% em novembro, sempre em relação aos mesmos meses do ano anterior. Em agosto, houve alta de 1,8%.
Já os dados apresentados pelo IAV-IDV ajustados pelo IPCA, de setembro/25, apontam crescimento de 2,5% em setembro, 3,0% em outubro e 2,4% em novembro. Em agosto, houve queda de 3,3% em relação ao mesmo mês de 2024.
“O resultado de agosto foi influenciado pela intenção de consumo das famílias, que caiu 0,3% no mês, em razão de um cenário de incertezas econômicas e custos elevados de crédito, o que impactou negativamente o comércio. O resultado dos próximos meses pode estar ligado à taxa média de juros ao consumidor, que está 3,6 pontos percentuais acima do patamar de julho de 2024, em função do ciclo de alta da Selic, o que tem potencial de diminuir a propensão ao consumo”, explica Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV.
O cenário prospectivo indica pressões inflacionárias persistentes e sinais de desaceleração da atividade econômica brasileira. A projeção de inflação, medida pelo IPCA, é de 4,83%, acima da meta de 3,0% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Tal persistência inflacionária reduz o poder de compra das famílias, especialmente em um contexto de recuperação gradual da renda real, o que pode limitar a expansão do consumo nos próximos meses.
As projeções são feitas a partir dos dados individuais que cada associado do IDV informa em relação à sua expectativa de faturamento para os próximos três meses. Esse conjunto de empresas que compõem o índice possui representantes em todos os setores do varejo e corresponde a, aproximadamente, 20% das vendas no varejo brasileiro.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil