A fila de espera por benefícios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aumentou em 65,2 mil requerimentos entre julho e agosto, totalizando 2,6 milhões de solicitações, segundo dados do Ministério da Previdência.
Na comparação com junho, quando a fila estava em 2,4 milhões, o aumento foi ainda maior: 183 mil novos pedidos, um crescimento de 7,5% em dois meses.
O avanço preocupa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu zerar a fila do INSS durante a campanha. O instituto, porém, tem enfrentado dificuldades para reduzir a demanda por benefícios da Previdência Social.
Segundo o ministério, em janeiro de 2024, o número de requerimentos estava em 1,57 milhão, saltando para 2 milhões até o fim de dezembro de 2024. Entre os principais fatores para esse aumento estão a greve dos servidores e o uso crescente do sistema Atestemed.
O Atestemed, ferramenta que permite o envio de atestados médicos online, ampliou o volume de pedidos por dispensar perícia médica em casos de afastamento de até 180 dias. Isso tem ajudado a reduzir custos, pois o benefício não precisa ser pago retroativamente à data do pedido — mas, por outro lado, também contribui para o inchaço da fila.
Além disso, o fim do sistema de bônus por produtividade aos servidores, implementado no governo Bolsonaro e encerrado em dezembro de 2024, também impactou o desempenho do instituto. O bônus foi reeditado neste ano como tentativa de conter o avanço das solicitações.