Identificar e agir rapidamente nos primeiros sinais de conflito são medidas apontadas como fundamentais no combate à violência nas escolas durante audiência na Comissão de Educação (CE), nesta segunda-feira (15). Presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a reunião foi realizada a partir de requerimento (REQ 5/2025 – CE) dele e da presidente do colegiado, senadora Teresa Leitão (PT–PE).
Os dados apresentados mostraram a gravidade do problema e levantaram propostas como a necessidade de atuar precocemente, com o acolhimento das vítimas. Participantes também demonstraram preocupação com problemas estruturais da educação e da segurança no país e criticaram a soluções consideradas paliativas, como a militarização de colégios.
Panorama alarmante
Paim ressaltou que os episódios de agressões, atentados e até mortes dentro de instituições de ensino deixaram de ser casos isolados para compor um cenário de insegurança permanente.
— Esta audiência tem por objetivo debater uma realidade que precisa ser enfrentada urgentemente: a violência no ambiente escolar. Em 2013, o Brasil registrou 3,7 mil vítimas de violência interpessoal em escolas. Em 2023, esse número saltou para 13,1 mil, um aumento de 254%. Nos últimos dez anos, ao menos 47 mortes foram registradas em episódios dessa natureza — destacou o senador.
O parlamentar citou ainda massacres em Santa Catarina e Pernambuco, casos de agressões que resultaram em morte de crianças, além de dados de pesquisas nacionais que revelam altos índices de violência física, sexual e psicológica entre estudantes.
Paim lembrou que professores também se tornaram alvos recorrentes: somente em 2023, o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, recebeu mais de 1,2 mil denúncias de agressões a docentes.
Fonte: Agência Senado
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado