A nova geração de jovens conhecida como “Geração Z” tem adotado praticas inovadoras nas redes sociais. Antigamente os chamados feeds eram repletos de fotos com momentos especiais, hoje em dia a juventude nascida até 2020 tem optado mais pelo story deixado o feed menos alimentado.
A pandemia de Covid-19 acelerou essa mudança. Com mais tempo online, os jovens perceberam os riscos da superexposição, incluindo ataques virtuais e a permanência de registros públicos. Além disso, o aumento de fake news e da desinformação reforçou a cautela sobre o que compartilhar e com quem. Outro fator é a preocupação com o uso indevido de fotos. Com os avanços da inteligência artificial, a manipulação de imagens e vídeos se tornou mais acessível, o que gera desconforto em manter registros permanentes disponíveis. A solução encontrada pela Geração Z foi apostar em conteúdos temporários, que oferecem maior controle.
Enquanto o Instagram expandiu recursos para publicação, os jovens caminharam no sentido oposto. Eles rejeitam o ideal de perfeição e preferem compartilhar apenas com amigos próximos. A espontaneidade, ainda que com fotos simples e sem edição, se tornou um valor central. Essa tendência pressiona plataformas como o Instagram a se adaptarem. A rede, que sempre valorizou imagens permanentes e editadas, enfrenta uma geração que prioriza privacidade e interações efêmeras. Além disso, novas regras exigirão autorização dos pais para menores de 16 anos, o que pode mudar ainda mais o cenário digital. A prática do “Feed Zero” revela um movimento maior: os jovens querem liberdade para aparecer menos, se expor com mais cautela e viver uma experiência digital menos marcada pela cobrança de perfeição e mais próxima da vida real.(Correio)
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