O surgimento dos anticoncepcionais marcou uma verdadeira revolução no planejamento familiar. Hoje, mais de 900 milhões de mulheres utilizam algum método contraceptivo em todo o mundo, segundo o relatório World Contraceptive Use 2024, da Organização das Nações Unidas (ONU). Mas quando o objetivo deixa de ser evitar a gravidez, para se tornar exatamente o oposto, as dúvidas surgem. “A primeira dúvida que surge entre muitas mulheres é quanto tempo leva para engravidar depois de interromper o uso de anticoncepcionais. E a resposta pode variar bastante”, explica a Dra. Isa Rocha, médica do IVI Salvador. De acordo com a especialista, tudo depende do tipo de método utilizado, da idade da mulher e das particularidades do seu organismo.
A fertilidade pode retornar rapidamente após a suspensão dos métodos contraceptivos, mas o corpo feminino precisa de um tempo para se readaptar. No caso das pílulas anticoncepcionais e do DIU, muitas mulheres conseguem engravidar dentro de 12 meses após a interrupção do uso. Já o anticoncepcional injetável pode exigir mais tempo. “Após a interrupção, a ovulação volta a depender da produção natural de hormônios, o que nem sempre acontece de forma imediata. Cada organismo reage de um jeito. Por isso, é comum que a gravidez não aconteça já no primeiro ciclo”, afirma a médica.
A pílula combinada, uma das formas mais comuns de contracepção, contém estrogênio e progesterona sintéticos. Esses hormônios suprimem a ovulação e provocam alterações no corpo da mulher, como o espessamento do muco cervical e o afinamento do endométrio. “Quando a mulher deixa de tomar a pílula, o organismo precisa retomar a produção natural de FSH e LH, hormônios fundamentais para a ovulação. E essa transição pode levar de algumas semanas até alguns meses”, detalha a Dra. Isa Rocha.
A recomendação geral dos especialistas é interromper o uso do anticoncepcional entre três e seis meses antes de iniciar as tentativas de gravidez. Esse período permite observar como o corpo se comporta sem os hormônios sintéticos e identificar possíveis irregularidades no ciclo menstrual. “Se após seis meses os ciclos ainda estiverem desregulados, é importante procurar um ginecologista para avaliar a saúde reprodutiva e fazer os ajustes necessários”, orienta a médica.
Um dos mitos mais comuns é de que o uso prolongado de anticoncepcionais pode causar infertilidade. “Isso não é verdade. As pílulas modernas têm baixa dosagem hormonal, o que permite que o corpo volte à fertilidade após a suspensão”, destaca a Dra. Isa. Se, após 12 meses de tentativas, a gravidez ainda não acontecer, é hora de investigar outras causas, como idade avançada, síndrome dos ovários policísticos (SOP), endometriose ou outros fatores que podem afetar a fertilidade. Nesses casos, o acompanhamento com um especialista em reprodução assistida é fundamental. “O suporte médico adequado garante um processo mais seguro e tranquilo, ajudando a identificar o melhor caminho para realizar o sonho da maternidade”, finaliza a médica.
Sobre o IVI – RMANJ
IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica na Espanha especializada inteiramente em reprodução humana. Atualmente são em torno de 190 clínicas em 15 países e 7 centros de pesquisa em todo o mundo, sendo líder em Medicina Reprodutiva e o maior grupo de reprodução humana do mundo.
Crédito fotos: Freepik