quarta, 03 de setembro de 2025
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APÓS PICO DE 9,70% EM JUNHO, INADIMPLÊNCIA FECHA AGOSTO EM QUEDA, MAS AINDA SUPERA 2024

João Paulo - 03/09/2025 10:11

A inadimplência, que representa quando um cliente deixa de pagar suas dívidas relacionadas a compras parceladas, deu uma trégua ao varejo brasileiro em 2025. Depois de alcançar o pico de 9,7% em junho, o índice recuou para 8,5% em agosto, após permanecer acima dos nove pontos percentuais desde maio.

Os dados são do Meu Crediário, plataforma especializada em crediário que desenvolveu um índice próprio para avaliar como os brasileiros lidam com as dívidas no varejo 90 dias após a compra. Apesar da melhora neste ano, o indicador ainda está acima do registrado em agosto de 2024, quando 7,1% dos consumidores tinham valores em atraso.

Sudeste lidera inadimplência no Brasil

O mapa da inadimplência em agosto manteve as diferenças regionais observadas nas últimas edições do levantamento. O Sudeste ficou à frente, com 10,22%, puxado pelo peso da população e do consumo na região mais populosa do país.

Na sequência, o Norte aparece com 9,14%, seguido pelo Nordeste, com 8,49%. Especialistas apontam que renda mais baixa, maior vulnerabilidade social e dependência de setores de trabalho instáveis ajudam a explicar esses números.

Já o Centro-Oeste (7,68%) e o Sul (7,54%) tiveram os melhores resultados, ambos abaixo da média nacional. A diversidade econômica e a maior estabilidade no mercado de trabalho são fatores que ajudaram a conter o endividamento nessas regiões.

Segmento de roupas e calçados concentra mais dívidas

O índice de inadimplência desenvolvido pelo Meu Crediário também revela que o setor de roupas e calçados é o mais afetado, com taxa de 10,05%. O dado reforça a dificuldade dos consumidores em manter em dia as compras ligadas ao varejo de moda.

Em seguida, aparecem as óticas, com 7,25%, enquanto móveis e eletrodomésticos registraram 6,31%. Embora ainda elevados, os números mostram queda em relação ao mês anterior.

No geral, o levantamento indica que produtos de moda e uso pessoal concentram maior risco de atraso, enquanto os segmentos de maior valor agregado apresentam índices menores, mas que ainda exigem atenção.

Homens jovens lideram índices de inadimplência

O estudo também evidencia diferenças de gênero. Os homens registraram 10,09% de inadimplência, acima das mulheres, que ficaram em 7,91%. Essa distância tem se mantido estável ao longo dos últimos meses.

A análise por faixa etária mostra ainda mais contraste. Jovens de 18 a 25 anos lideram com 15,31%, taxa bem superior à média nacional, refletindo a dificuldade desse grupo em administrar crédito no início da vida financeira.

Entre 26 e 35 anos, o índice cai para 11,56%, enquanto na faixa de 36 a 50 anos fica em 8,18%. O comportamento sugere maior controle financeiro com o avanço da idade.

Os percentuais mais baixos aparecem entre consumidores de 51 a 65 anos (5,81%) e acima de 66 anos (4,83%). Esses resultados indicam que a experiência e um padrão de consumo mais conservador ajudam a reduzir atrasos.

Apesar da queda em agosto, os números mostram que a inadimplência continua acima da média histórica e segue preocupando o varejo. O cenário reforça a importância de práticas de crédito mais responsáveis e de educação financeira para conter o avanço das dívidas.

Foto: Reprodução/Freepik

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