O procurador-geral da República, Paulo Gonet, recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o general da reserva Walter Braga Netto permaneça preso. O parecer foi encaminhado nesta segunda-feira (1º) em resposta ao novo pedido de soltura feito pela defesa do ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.
Braga Netto está detido desde dezembro de 2024, acusado de obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele é um dos réus do núcleo central da trama, cujo julgamento começa nesta terça-feira (2) no STF.
No mês passado, o ministro Alexandre de Moraes já havia rejeitado recurso da defesa e manteve a prisão do general, apontando indícios de participação ativa na articulação do golpe. Os advogados recorreram novamente, e Moraes pediu manifestação da PGR antes de decidir sobre o caso.
Em sua análise, Gonet afirmou que não há elementos novos que justifiquem a libertação do militar. “Reiteram-se as manifestações ministeriais anteriores, no sentido da permanência dos motivos que fundamentaram a custódia provisória, ante a ausência de fatos novos que alterem o quadro fático-probatório”, escreveu.
As investigações da Polícia Federal indicam que Braga Netto tentou ter acesso a informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o que teria configurado tentativa de obstrução. A defesa, no entanto, nega que o general tenha agido para atrapalhar as apurações.
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil