O futuro político de Jair Bolsonaro volta a ser testado nesta semana em duas frentes: na Justiça e na política. O Supremo Tribunal Federal inicia nesta terça-feira (2) o julgamento do ex-presidente e outros sete acusados de envolvimento na tentativa de golpe após as eleições de 2022, que confirmaram Lula como presidente. Em meio ao embate jurídico, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou, em entrevista à rádio metrópole, que tem dificuldades em apoiar qualquer projeto que envolva Bolsonaro, a quem comparou a Donald Trump.
“Eu tenho muitas dificuldades para estar num projeto que tenha a presença da política, da base, ou da causa ou do projeto que, nesse caso, por exemplo, eu vou apoiar um candidato a presidente da República que diz que o primeiro ato é dar anistia? Anistia? Anistia é revogar o crime. É desconhecer o crime que foi feito contra a democracia no Brasil, como aconteceu no passado. O Bolsonaro foi um caricata do Donald Trump aqui no Brasil”, disse.
O senador também apontou que um dos maiores erros de Bolsonaro foi na saúde pública. Ele também disse que as conversas sobre alianças políticas ainda não começaram de forma concreta e devem avançar apenas no fim do ano. Otto destacou que não busca cargos e que sua trajetória já mostrou independência em momentos decisivos, inclusive recusando convites para disputar o governo da Bahia em 2022. “Eu não tenho ansiedade e você sabe que eu não tenho ansiedade, muito menos a avareza por cargos. Porque, se eu tivesse, eu teria sido candidato a governador em 2022. Lula me convidou duas vezes. Wagner foi em minha casa. Eu não tenho ganância por isso”, concluiu.
Foto: Metropress/Samanta Leite
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