Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), calculado pelo IBGE, ficou em -0,23% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O indicador mostrou a primeira deflação (queda média de preços) em um ano: não era negativo desde agosto de 2024, quando havia ficado em -0,11%. Também ficou abaixo do índice nacional (que foi de -0,14%) e foi o 6º entre os 11 locais pesquisados separadamente pelo IBGE, dos quais 10 tiveram recuos nos preços.
As deflações mais intensas ocorreram na RM Belém/PA (-0,61%), em Goiânia/GO (-0,35%) e na RM Rio de Janeiro/RJ (-0,31%). A Região Metropolitana de São Paulo/SP foi a única em que houve alta dos preços em agosto, segundo o IPCA-15 (0,13%). O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial do mês, refletindo os preços coletados entre 16 de julho e 14 de agosto.
Com este resultado, o IPCA-15 da RM Salvador acumula alta de 3,05% no ano de 2025. Segue abaixo do índice do Brasil como um todo (3,26%) e é o 4º menor entre os 11 locais. No acumulado nos 12 meses encerrados em agosto, está em 4,77%, variação menor do que a acumulada até julho (que havia sido de 4,90%). Também está abaixo do registrado no país (4,95%), mas é o 5º maior índice.
O quadro a seguir mostra os resultados do IPCA-15, em agosto de 2025, para o Brasil e cada um dos locais pesquisados. Segundo o IPCA-15, em agosto, 5 dos 9 grupos tiveram deflação na RMS, puxados por alimentos (-1,48%) e habitação (-0,93%). O IPCA-15 de agosto na Região Metropolitana de Salvador (-0,23%) foi resultado de quedas nos preços de cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para calcular o índice.
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O IPCA-15 de agosto na Região Metropolitana de Salvador (-0,23%) foi resultado de quedas nos preços de cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados para calcular o índice.
Os preços do grupo alimentação e bebidas tiveram a maior deflação em agosto (-1,48%) e a queda média mais intensa em 7 anos e 8 meses, na RM Salvador – desde dezembro de 2017, quando haviam recuado -2,20%, segundo o IPCA-15.
A redução foi puxada exclusivamente pelos produtos comprados para consumo em casa (-2,30%), com contribuições importantes de tubérculos, raízes e legumes (-11,91%) como a cebola (-25,92%); frutas (-3,30%) como a manga (-29,83%, a maior deflação entre todos os produtos e serviços pesquisados para compor o IPCA-15); e carnes (-2,51%) como a costela (-4,94%).
Já o preço da alimentação fora de casa aumentou (0,99%), puxado pelas refeições (almoço ou jantar, 0,79%) e pelo lanche (1,62%).
Os custos com habitação tiveram a segunda queda mais profunda no mês (-0,93%) e deram a segunda principal contribuição para a deflação de agosto, na RMS, segundo o IPCA-15. A principal influência veio da energia elétrica residencial (-5,21%), item que individualmente mais puxou a prévia da inflação para baixo, em virtude da incorporação do Bônus de Itaipu, que compensou a bandeira tarifária vermelha patamar 2. O recuo no preço do gás de botijão (-1,31%) também foi relevante.
Dentre os quatro grupos com altas nos preços, na RMS, segundo o IPCA-15 de agosto, o maior aumento e principal pressão inflacionária vieram das despesas pessoais (1,59%). Os jogos de azar tiveram a segunda alta mais intensa dentre todos os produtos e serviços (11,45%) e deram a maior contribuição individual no sentido de puxar o custo de vida para cima. Hospedagem (5,46%) também teve alta relevante.
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay