O Brasil deve registrar a saída líquida de 1.200 milionários em 2025, segundo relatório da consultoria Henley & Partners. A estimativa representa a maior evasão de pessoas de alta renda na América Latina e envolve cerca de US$ 8,4 bilhões (R$ 46 bilhões) em patrimônio transferido para o exterior. Com esse número, o Brasil ocupa a sexta posição no ranking global de êxodo de milionários, atrás de Reino Unido, China, Índia, Rússia e Coreia do Sul. O Reino Unido deve liderar a lista com a maior saída líquida de indivíduos com alto patrimônio. Entre os destinos preferidos dos brasileiros abastados estão os Estados Unidos (especialmente a Flórida), além de Portugal, Ilhas Cayman, Costa Rica e Panamá.
O levantamento, feito em parceria com a consultoria New World Wealth, aponta que cerca de 142 mil milionários devem mudar de país até o fim de 2025 — o maior volume já registrado. As principais motivações, segundo o relatório, incluem insegurança, instabilidade política, carga tributária elevada e busca por melhor qualidade de vida. “Indivíduos com alto patrimônio líquido costumam ser os primeiros a deixar um país diante de sinais de deterioração econômica ou instabilidade”, diz o documento.
Ao contrário de outras nações do BRICS, como China, Índia, Rússia e África do Sul — que devem registrar suas menores perdas líquidas de milionários desde a pandemia —, o Brasil mantém uma tendência consistente de saída. Entre 2014 e 2024, o país teve queda de 18% em sua população de milionários, ocupando a 10ª posição global nesse indicador, atrás de países como Argentina, Turquia e Nigéria. A Henley & Partners destaca que a migração de milionários tende a beneficiar as economias receptoras com entrada de capital, investimentos e valorização de ativos. Já para os países emissores, o fenômeno pode sinalizar problemas estruturais e perda de capacidade econômica.
Imagem de G.C. por Pixabay
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