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QUANDO COMEÇAR A REABILITAÇÃO? A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE DE DEFICIÊNCIAS NA INFÂNCIA

João Paulo - 22/08/2025 10:55

De 21 a 28 de agosto, o Brasil celebra a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, uma data que reforça a importância da inclusão e da ampliação de oportunidades para esse público. No campo do desenvolvimento infantil, um dos pontos mais sensíveis é o diagnóstico precoce, já que iniciar a reabilitação nos primeiros anos de vida pode transformar o futuro de crianças com deficiência. Para a fisioterapeuta Jamaica Araújo, fundadora da Clínica Espaço Kids, os primeiros anos de vida são decisivos para o desenvolvimento. “Quanto mais cedo iniciamos, maiores são as chances de estimular o cérebro em seu período de maior neuroplasticidade e potencial de adaptação”, destaca.

No Brasil, estima-se que cerca de 2 a cada 1.000 nascimentos resultem em paralisia cerebral, condição que pode ser minimizada quando identificada e tratada precocemente. Pesquisas da Fiocruz apontam que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece estimulação precoce por equipes multiprofissionais, com foco em reduzir sequelas e ampliar a autonomia das crianças, alinhando-se às melhores práticas globais de reabilitação infantil.

Durante a primeira infância, o sistema nervoso central passa por um período de intensa formação, com alta capacidade de reorganização e aprendizagem — a chamada neuroplasticidade. Essa janela permite ganhos significativos quando a estimulação terapêutica é iniciada precocemente. “A intervenção começa assim que identificamos os primeiros sinais de dificuldade no desenvolvimento, mesmo antes de um diagnóstico definitivo. O tempo é fator determinante para o prognóstico”, explica Jamaica.

Estudos reforçam esse entendimento. Uma pesquisa publicada na revista científica Neuropsychology Review em 2021 analisou crianças com paralisia cerebral que iniciaram terapia antes dos dois anos de idade, e concluiu que os ganhos motores e cognitivos foram significativamente superiores em comparação às que começaram mais tarde. Os autores destacam que o início precoce da intervenção impacta diretamente na autonomia funcional e no bem-estar social da criança.

Sinais de alerta

Dificuldade para sustentar a cabeça, engatinhar, andar, falar ou interagir socialmente são sinais que devem ser observados com atenção. Segundo Jamaica, pais e cuidadores são os primeiros a notar alterações no desenvolvimento e devem buscar avaliação com uma equipe multidisciplinar assim que algo fugir do esperado para a idade. “Não é preciso esperar um laudo. Muitas vezes, só a suspeita já indica a necessidade de intervenção. A estimulação pode e deve começar mesmo com o diagnóstico em investigação”, orienta.

A Clínica Espaço Kids adota esse olhar preventivo e global desde o primeiro atendimento. Com serviços de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia, musicoterapia, psicomotricidade e psicologia, a clínica oferece, em um só espaço, o acompanhamento necessário para crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor.

Mais do que uma abordagem técnica, o cuidado com a criança requer sensibilidade, escuta ativa e planejamento terapêutico individualizado. “Cada criança chega com uma história, uma família, um ritmo. Nosso papel é acolher, orientar e estimular com estratégia, respeitando esse tempo e aproveitando as oportunidades que o desenvolvimento oferece”, destaca Jamaica.

Iniciar a intervenção precoce não significa apenas aumentar o número de sessões, mas estruturar um plano terapêutico coerente, individualizado e integrado à realidade da criança e da família. “Quanto mais bem planejado o cuidado, maiores são as chances de promover avanços consistentes no desenvolvimento, sem sobrecarregar a rotina ou os vínculos familiares”, conclui.

Clínica Espaço Kids

Especializada no atendimento a crianças com deficiência, a Clínica Espaço Kids oferece um cuidado integrado que vai além das terapias convencionais. Em um ambiente acolhedor, profissionais de diversas áreas trabalham juntos para estimular o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e social dos pequenos.

Fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, musicoterapeutas, psicomotricistas e psicólogos unem esforços para criar planos personalizados que atendam às necessidades únicas de cada criança e adolescente.

O diferencial da Espaço Kids está também no olhar atento às famílias. O suporte não termina com as sessões: a equipe promove orientação e acompanhamento contínuo, formando uma rede de apoio que ajuda pais e responsáveis a enfrentar os desafios do dia a dia com mais segurança e qualidade de vida.

Crédito da foto: Ana Varjão

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