Mais uma polêmica envolvendo a realização da COP30 no Brasil. Nesta sexta-feira (22), durante coletiva de imprensa, o governo brasileiro rejeitou o pedido da ONU para subsidiar hospedagens de delegações na COP30, marcada para novembro em Belém. O evento vem sendo alvo de críticas pelos preços exorbitantes das hospedagens, baixo número de hotéis disponíveis e locações improvisadas para abrigar as comitivas internacionais.
A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, afirmou que o país já arca com custos significativos para a realização do evento e não subsidiará delegações de outros países, incluindo nações mais ricas que o Brasil. “Não cabe, do nosso ponto de vista, aos brasileiros fazer subsídios a outros países. Reafirmamos também nosso apoio para que a ONU use o auxílio que já dá aos países mais pobres, com o mesmo valor que eles já dão em outras cidades brasileiras”, disse.
Até o momento, 39 países concluíram reservas pela plataforma oficial, enquanto oito negociam hospedagem diretamente com hotéis. Ao todo, mais de 190 delegações manifestaram interesse em participar da conferência.
As autoridades brasileiras também ressaltaram que, pela legislação nacional, não é possível intervir no setor privado para reduzir preços de hospedagem. O governo abriu, em junho, um processo administrativo para apurar possíveis abusos no setor. “Em um país da nossa característica de democracia, que tem regras de mercado, não é possível intervir, mas atuamos de acordo com a legislação”, afirmou o secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia.