Reconhecido como um dos principais polos de produção agrícola do país, o Oeste da Bahia vive uma revolução menos visível que a das lavouras de soja e algodão, trazida pela chegada da conectividade de alta qualidade ao campo. O acesso à internet em áreas remotas vem mudando não apenas a rotina dos produtores, mas também de quem presta serviços para eles. Um dos exemplos é Leonardo Emerson Piana, proprietário de uma empresa de soluções em agricultura digital em Luís Eduardo Magalhães. Ele oferece suporte técnico para fazendas que, em alguns casos, ficam a centenas de quilômetros da cidade. Até pouco tempo atrás, resolver um problema em uma máquina exigia percorrer longas distâncias em estradas de terra.
“Já fiz trajetos de 300 quilômetros para ir e outros 300 para voltar, às vezes para ajustar um detalhe simples em um monitor de colheitadeira”, conta. “Hoje consigo atender em tempo real, no próprio campo. Isso economiza custos para mim e para os produtores e aumenta a confiança deles no meu trabalho.”. O salto na conectividade rural vem mudando a cara do agronegócio em todo o Brasil. Entre 2016 e 2024, o acesso à internet no campo cresceu 150%, passando de apenas um terço para 84,8% da população, segundo o IBGE.
No Oeste baiano, a mudança veio com a possibilidade de levar internet para onde antes não havia sinal algum. Leonardo, por exemplo, adaptou o equipamento de conexão via satélite para instalá-lo em seu veículo e passou a atender clientes de forma itinerante. “Era a última peça que faltava para que todas as tecnologias das máquinas pudessem ser usadas plenamente”, explica. O impacto é direto nos negócios. Com a comunicação ágil, Leonardo relata aumento no rendimento da empresa e maior presença no mercado regional. “Antes, ficava horas no telefone, perdia negócios e deixava clientes esperando. Hoje, consigo resolver rápido, e isso muda a percepção de quem contrata meu serviço.”
Os ganhos ultrapassam a vida profissional. Casado e pai de um menino, ele destaca que a conectividade também trouxe tranquilidade para a família. “Eu saio cedo de casa e passo o dia inteiro no campo, mas continuo conectado. Qualquer coisa que minha esposa precisa, conseguimos falar na hora. Isso faz toda a diferença”, explica.
Foto: Divulgação / Aprochama
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