O banco reportou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões, queda de 60% em relação ao mesmo período do ano passado e cerca de 25% abaixo do consenso de mercado. O retorno sobre o patrimônio (ROE) recuou para 8,4%, de 16,7% nos primeiros meses do ano e de 21,6% um ano antes. Este ROE é um dos mais baixos dos últimos anos, refletindo provisões elevadas — especialmente no crédito para o agronegócio e para pequenas e médias empresas. Para efeito de comparação, o Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) teve ROE de 23,3%, enquanto o Santander Brasil (BVMF:SANB11) registrou 16,4% e o Bradesco (BVMF:BBDC4) marcou 14,6%.
O guidance de lucro para 2025 foi revisado para baixo, cortando o intervalo projetado para R$ 21 a 25 bilhões — redução de quase R$ 14 bilhões no ponto médio em relação à previsão anterior (entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões), que havia sido suspensa em maio. Mesmo no teto da faixa, a nova projeção ficou abaixo da média das expectativas compiladas pela LSEG, de R$ 26,757 bilhões.
Além disso, o payout de dividendos foi reduzido de 40%-45% para 30%, diminuindo o apelo para investidores com perfil voltado à renda. O BB explicou a decisão citando os resultados, a necessidade de caixa, projeções de capital, perspectivas dos mercados de atuação, além da manutenção e expansão da capacidade operacional. Na avaliação de Renato A. F. Reis, analista fundamentalista na Blue3 Research, em postagem no X, o resultado do Banco do Brasil pode ser dividido em três partes:
“A situação está bem feia, o banco está saindo de um problema e se enfiando em outro. Se o BB continuar assim, dos 21 bi de guidance de lucro, metade vai ser só de IR diferido. Um baita gol de mão. Tenho medo do que pode ser o balanço do próximo trimestre”, conclui Reis, da Blue3 Research, no X.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil