O IBGE divulga nesta terça-feira (12) o IPCA de julho, com as projeções do mercado indicando uma aceleração mensal em relação a junho e manutenção do acumulado em 12 meses acima do limite superior de 1,5 ponto percentual da meta de inflação de 3% ao ano. A mediana das projeções indica uma alta de 0,24% em junho para 0,37% em julho na base mensal, com estabilidade na base anual (5,35% vs. 5,34%, respectivamente). Os vilões devem ter sido energia elétrica, loterias e passagens aéreas. Já as contribuições deflacionárias devem ficar com a queda do preço dos alimentos in natura e a estabilidade do preço dos bens industriais – conforme observado nos preços do atacado, segundo economistas da XP Investimentos (BVMF:XPBR31).“Seguimos com a visão de que a inflação permanece sob controle”, avaliam os economistas da Warren. “Esperamos leitura marginalmente benigna”, diz a XP.
Os preços administrados devem ter acelerado no mês, com variação estimada, segundo a Warren, de 0,77%, frente a 0,60% em junho e 0,70% em maio. O preço das loterias contribuiu para essa pressão altista, após o preço da aposta ter subido 12,75%. O reajuste tarifário da energia elétrica em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre deve ter um impacto estimado, segundo cálculos da Warren, de 3,25%. Outros vilões da aceleração do IPCA em julho são passagens aéreas (+19,86%) e aluguel residencial (+0,39%), contribuindo a aceleração da inflação de serviços de 0,4% para 0,62%. “Aluguel residencial pode ganhar protagonismo nas próximas leituras, com uma média mensal em torno de 0,42% para os próximos meses, acima da média registrada ao longo de 2024”, estima a Warren.
Mas, os núcleos da inflação devem se manter comportados em relação a junho, mostrando estabilidade em 0,31% no IPCA julho (ante 0,30%), na projeção da Warren. Da mesma forma, os serviços subjacentes e os intensivos em mão de obra devem seguir com comportamento lateralizado, com expectativa de avanço de 0,45% e 0,41%, respectivamente. Na pressão baixista, o grupo de alimentação no domicílio deve seguir em deflação, com queda estimada de -0,46% no mês. “Essa dinâmica tem sido influenciada pela queda de preços tanto na média quanto na ponta no atacado, e segundo nossa coleta proprietária, tem sido refletida também na ponta do varejo”, dizem os economistas da Warren. Já os bens industriais devem ter aceleração modesta, com variação estimada de 0,07% (vs. 0,04% em junho), refletindo um cenário de menor pressão cambial.
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