A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apresentou um projeto de lei para tornar sem efeitos no Brasil a Lei Magnitsky, aplicada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) pelo governo de Donald Trump.
A proposta proíbe que as instituições financeiras e demais entidades supervisionadas pelo Banco Central do Brasil apliquem, no território nacional, “sanções de natureza administrativa ou financeira decorrentes de normas ou atos estrangeiros sem previsão em lei brasileira ou ato normativo de autoridade competente nacional, e estabelece penalidades”.
Na justificativa do projeto, a deputada alega que a “motivação imediata” da proposta decorre da aplicação da Lei Magnitsky, “contra autoridades brasileiras, inclusive membros do Supremo Tribunal Federal”.
“A repercussão do caso evidenciou a gravidade de se permitir que sanções políticas estrangeiras sejam automaticamente replicadas por instituições privadas no Brasil, à revelia da soberania nacional”, diz o texto.
A parlamentar argumenta ainda que a proposição busca “afirmar um princípio elementar do Estado de Direito: nenhuma instituição, pública ou privada, pode exercer poder sancionatório com base em legislações estrangeiras”.
“Em outras palavras, este projeto visa reafirmar que, no Brasil, vigora a Constituição da República e que a soberania nacional não está sujeita a decisões unilaterais de potências estrangeiras ou à lógica de dependência imposta por pressões econômicas e geopolíticas”, finaliza.
Em uma publicação nas redes sociais, Fernando Melchionna diz que o “PL da Soberania Financeira”, como chama o projeto de lei apresentado por ela, “reafirma um princípio básico: no Brasil, vigora a Constituição da República”.
“Nas últimas semanas temos visto sucessivos ataques imperialistas dos Estados Unidos contra a soberania brasileira, como a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Por isso protocolamos um projeto que de lei que proíbe instituições financeiras nacionais de aplicarem leis estrangeiras contra cidadãos brasileiros. O PL da Soberania Financeira reafirma um princípio básico: no Brasil, vigora a Constituição da República. A soberania nacional não pode se submeter a imposições unilaterais de potências imperialistas nem à lógica de dependência ditada por pressões econômicas e geopolíticas”, escreveu.
Perfil
Deputada federal em segunda legislatura, Fernanda Melchionna é bibliotecária formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), bancária licenciada pelo Banrisul e foi vereadora de Porto Alegre por dez anos. Reeleita em 2022 como a mulher mais votada do Rio Grande do Sul, a parlamentar se descreve como “militante”, “ativista” e “feminista”.
Natural do Alegrete, no Rio Grande do Sul, Fernanda se formou em 2006 e se tem pós-graduação em História do Brasil Contemporâneo.
Fonte: Estadão Conteúdo
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados