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AGOSTO LARANJA ALERTA PARA SINTOMAS E AVANÇOS NO TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA

João Paulo - 12/08/2025 13:54

O Agosto Laranja, mês dedicado à conscientização sobre a esclerose múltipla (EM), tem o seu auge no Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, 30 de agosto. A data reforça a necessidade de aumentar o conhecimento da população sobre a doença, aponta o caminho para o diagnóstico precoce e valoriza o acesso a tratamentos inovadores respaldados por evidências médico-científicas atuais, além de ressaltar a importância do papel de serviços hospitalares especializados. Estima-se que no Brasil existam cerca de 40 mil pessoas vivendo com EM, com prevalência média de 8,7 casos por 100 mil habitantes.

A esclerose múltipla é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central e pode levar a sintomas como alterações visuais, fraqueza muscular, alterações de sensibilidade e dificuldades cognitivas. Apesar de ainda não haver cura, há diversas terapias modificadoras de doença disponíveis que reduzem o número de surtos e evitam a progressão de incapacidades. Há atualmente terapias de alta eficácia que chegam a silenciar a doença e promover estabilização das lesões de forma sustentada por anos.

De acordo com a neuroimunologista Larissa Teixeira, do Hospital Mater Dei Salvador  (HMDS), o estabelecimento de um diagnóstico assertivo e precoce é imprescindível. Ele é feito através da avaliação minuciosa por um especialista, a partir de dados clínicos, exame físico, ressonância magnética e outros exames, a exemplo da avaliação do líquido cefalorraquidiano. “A partir da exclusão de outras doenças confundidoras, deve-se iniciar sem demora o tratamento indicado — seja especificamente para o momento de um surto ou já para evitar o surgimento futuro de nova atividade da doença”, explica a médica.

O objetivo do tratamento é manter a autonomia, prevenir incapacidades e preservar a qualidade de vida do paciente a longo prazo. “O tratamento não se limita ao remédio: é necessária reabilitação, suporte psicológico e abordagem conjunta com neurologia, reumatologia e fisioterapia”, afirma o neurologista Jamary Filho, coordenador do Serviço de Neurologia do HMDS. Nesse hospital, os serviços de infusão de medicamentos para EM funcionam com infraestrutura especializada e equipe qualificada. “Nosso foco é a administração segura de terapias, com monitoramento rigoroso e acompanhamento próximo do paciente”, explica Jamary.

Para o neurologista Ricardo Alvim, também do HMDS, “os protocolos devem priorizar a minimização de riscos e a otimização dos resultados em cada sessão, proporcionando confiança e eficácia ao tratamento”. Além disso, a escolha do tratamento de manutenção da esclerose múltipla é individualizada e depende do tipo da doença (remitente-recorrente, progressiva primária ou secundária), da gravidade dos surtos e da resposta a terapias anteriores.

A decisão deve ser compartilhada entre o neurologista assistente e a pessoa que convive com a Esclerose Múltipla, levando em consideração também comorbidades, estilo de vida e facilidade de acesso à medicação, dentre outros. “Atualmente, existem mais de 15 medicamentos aprovados no Brasil, com diferentes vias de administração — oral, subcutânea e intravenosa — que atuam modificando o curso da doença e controlando a inflamação imunomediada”, destaca Alvim.

Segundo a neurologista Larissa Teixeira, para todos os pacientes, o manejo clínico centralizado nas queixas, demandas, questionamentos e sintomas exige suporte multidisciplinar com equipe formada por neuroimunologista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, nutricionista, educador físico e neuropsicóloga. “Em conjunto, essa equipe cuida do paciente de forma integral, ajudando-o a conviver com a Esclerose Múltipla e, muito mais, a viver de forma plena, para além da doença”, finaliza.

Crédito da foto: Valter Andrade

Jamary Filho e Ricardo Alvim, neurologistas do Hospital Mater Dei Salvador

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