quarta, 13 de agosto de 2025
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MAIS DE 75% DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS AOS EUA SOFREM TARIFAS ADICIONAIS, DIZ CNI

Bruna Carvalho - 11/08/2025 10:20

O levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que a maior parte das exportações do Brasil para os Estados Unidos — principal destino da indústria de transformação nacional — está sujeita a tarifas extras impostas por medidas protecionistas do presidente Donald Trump.

O estudo mostra que 77,8% da pauta exportadora brasileira para os EUA enfrentam taxações adicionais, como tarifas de 10%, 40% e as previstas na Seção 232 do Trade Expansion Act, que estabelecem alíquotas de 25% e 50%. Entre os produtos mais afetados estão aço, alumínio, cobre, veículos e autopeças.

“Os setores com maior número de produtos exportados afetados pela sobretaxa combinada de 50% seriam: vestuário e acessórios (14,6%), máquinas e equipamentos (11,2%), produtos têxteis (10,4%), alimentos (9,0%), químicos (8,7%) e couro e calçados (5,7%)”, aponta a entidade.

Para Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, a cobrança poderá trazer impactos significativos à economia brasileira. “Em um cenário de aumento de alíquota de 50% adicional para as exportações brasileiras, estamos falando de um impacto negativo no PIB brasileiro de R$ 20 bilhões e nos empregos para a indústria em torno de 30 mil”, afirma.

A análise utilizou dados da United States International Trade Commission (USITC), com base no código tarifário norte-americano em nível detalhado (10 dígitos), permitindo identificar precisamente os itens afetados por diferentes ordens executivas emitidas nos últimos anos.

Para reduzir os prejuízos, a CNI apresentou à equipe econômica do governo oito propostas, incluindo linhas de crédito subsidiadas, ampliação de prazos para contratos de câmbio, aplicação de medidas antidumping, adiamento de tributos federais e retomada do Programa Seguro-Emprego (PSE).

“Buscamos, com isso, mitigar os efeitos econômicos adversos aos setores afetados pelas barreiras, preservar a capacidade exportadora das empresas brasileiras e garantir a continuidade das operações internacionais em um cenário de alta imprevisibilidade”, defende o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Foto: José Paulo Lacerda/CNI

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