O bitcoin operou em alta nesta quarta-feira, 6, com o ativo avançando depois de uma queda recente que seguiu uma aversão a riscos no mercado, em especial após a divulgação do payroll com números e revisões bem abaixo do esperado na última semana. Por sua vez, analistas buscam entender o quanto as movimentações da criptomoedas se devem a fatores macroeconômicos e o quanto resultam de questões especificas deste mercado.
Pouco antes das 16 horas (de Brasília), o bitcoin operava em alta de 1,59%, a US$ 115.424,70, enquanto o ethereum avançava 2,54%, a US$ 3.677,84, segundo cotações da Binance.
Embora os mercados de ações tenham caído inicialmente devido ao relatório de empregos mais fraco do que o esperado divulgado na sexta-feira, os índices de referência tentaram se recuperar cautelosamente nesta semana, já que os números parecem aumentar as chances de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro.
As tendências atuais sugerem que a queda das criptomoedas é temporária e uma tentativa dos investidores de garantir lucros e obter liquidez, disse o analista da FxPro, Alex Kuptsikevich. “Ao mesmo tempo, porém, essa lentidão está afastando os investidores mais ativos, que estão acostumados a ver múltiplas altas”, avalia.
O desempenho do bitcoin pode ser difícil de prever, dado o elemento de aleatoriedade dos movimentos de curto prazo, afirma Matt Mena, estrategista de criptomoedas da 21Shares. A criptomoeda responde a grandes catalisadores, como dados macroeconômicos, decisões de bancos centrais e desenvolvimentos regulatórios, afirma ele. No entanto, o bitcoin também possui um “caráter muito técnico”, de modo que os níveis gráficos desempenham um papel importante em seus movimentos em comparação com os ativos tradicionais.
Outro fator a ser considerado é que ele é negociado 24 horas por dia, sete dias por semana, em um conjunto globalmente fragmentado de corretoras com liquidez variável. “Isso, combinado com a crescente participação algorítmica e sinais de dados on-chain, significa que a ação do preço pode, às vezes, ser impulsionada por estratégias técnicas, de posicionamento ou automatizadas, em vez de notícias fundamentais”, conclui.
Fonte: Estadão Conteúdo
Foto: Reprodução