O Governo da Bahia deve intensificar os investimentos em ferrovias, com foco na retomada de projetos estruturantes para o transporte sobre trilhos no estado. A avaliação é do diretor-presidente da BahiaInveste (Empresa Baiana de Ativos), Paulo Magalhães, em entrevista ao programa De Cara com o Líder, da Rádio Baiana FM, na quinta-feira (31).
Segundo ele, a falta de recursos no setor compromete a infraestrutura nacional.
“Toda a grande carga do mundo é transportada por ferrovias. Se a gente for olhar, a Europa é do tamanho do Brasil e veja as dezenas de milhares de quilômetros que eles têm de ferrovias. Transportar cargas via ferrovia é muito mais barato e mais seguro do que por rodoviárias. Infelizmente nos últimos 60, 70 anos, o Brasil não investiu em ferrovias, mas agora nós estamos tentando reverter esse quadro”, afirmou Magalhães.
Entre os destaques, ele citou a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que está com as obras avançadas e deve ligar Ilhéus, no sul do estado, a Barreiras, no oeste.
“Essa deve ser a grande artéria para os produtos do oeste da Bahia, que hoje, em grande parte, não conseguem ser exportados pela Bahia porque o Porto de Aratu não tem capacidade o suficiente e muita coisa tem que descer para o Sul do Brasil. Com o Porto Sul isso vai se resolver”, explicou.
O dirigente também defendeu a ampliação da malha ferroviária para outras regiões.
“A mesma coisa acontece com outras regiões que necessitam de ramais ferroviários. Por exemplo, o ramal ferroviário de Juazeiro até a região de Aratu é importantíssimo. A Bahia tem uma dos maiores potenciais minerais do Brasil, principalmente nas terras raras, que são elementos químicos importantes para as energias renováveis”, afirmou.
Ele ainda ressaltou a importância do transporte de passageiros por trilhos, citando o projeto de ferrovia entre Salvador e Feira de Santana.
“Essa proposta de ferrovia Feira-Salvador foi apresentada por uma empresa privada, está sendo estudada e ela vai congregar passageiros e carga. Tudo faz parte hoje de um trabalho que está sendo desenvolvido pela Casa Civil do Governo do Estado, Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), BahiaInveste e outros órgãos. O governo está preocupado com essa questão de infraestrutura, porque não adianta a gente trazer os investimentos e não ter como escoar a produção”, frisou.
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