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MARTA COBRA ARBORIZAÇÃO PROMETIDA NO PLANO PLURIANUAL DA PREFEITURA: “CADÊ AS 80 MIL ÁRVORES?”

LUIZA SANTOS - 17/07/2025 19:58

A vereadora Marta Rodrigues (PT) criticou duramente, nesta quinta-feira (17), a falta de execução das metas previstas no Plano Plurianual (PPA) 2022-2025 da Prefeitura de Salvador em relação à arborização urbana. De acordo com a parlamentar, não há qualquer informação pública sobre o plantio das 80 mil árvores prometidas no documento até 2025.

Segundo ela, de janeiro a julho deste ano, nenhum centavo foi pago pela gestão Bruno Reis para ações ligadas ao plantio ou à manutenção de áreas verdes. A ausência de dados oficiais, para a vereadora, escancara a completa falta de transparência e o descaso da administração municipal com a agenda ambiental. “Estamos em julho de 2025 e não há um único relatório público que comprove o plantio das árvores previstas no PPA. Não sabemos quantas mudas foram plantadas, em quais bairros, com qual impacto, qual espécie, quais critérios técnicos foram seguidos. A cidade enfrenta calor extremo, sofre com as ilhas de calor e o desmatamento urbano, e a prefeitura se esconde atrás de uma propaganda vazia, sem compromisso com a verdade e com o povo”, declarou.

Marta Rodrigues também destacou que o debate sobre a política ambiental de Salvador deve estar no centro da revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), cujo processo foi iniciado este mês com a contratação da Fundação Getúlio Vargas, após um ano de atraso injustificável por parte da Prefeitura. “O novo PDDU precisa revisar imediatamente a Lei Municipal de Licenciamento Ambiental, sancionada pelo prefeito Bruno Reis. Essa lei flexibilizou absurdamente os critérios ambientais, favorecendo o mercado e abandonando a responsabilidade socioambiental. Como falar de planejamento urbano sustentável ignorando a degradação acelerada das áreas verdes? Precisamos de um plano que coloque a vida, o clima e o povo no centro das decisões urbanas”, completou.

Além disso, Marta disse ser essencial que a Prefeitura apresente o termo de referência completo da contratação da FGV, os estudos técnicos que embasaram a decisão, e um cronograma detalhado de todas as etapas da revisão. “A Câmara, especialmente os parlamentares da oposição, tem o dever de fiscalizar esse processo. A sociedade precisa saber quando e como poderá participar, porque o PDDU é a espinha dorsal do nosso crescimento urbano”, pontuou.

A vereadora ressaltou ainda que a política ambiental da prefeitura tem se limitado a ações midiáticas, como inaugurações simbólicas de espaços que já existiam, a exemplo do Jardim Botânico de Salvador. “A gestão de Bruno Reis faz misancene ambiental, promove um teatro verde, mas na prática vende áreas públicas, desafeta terrenos de mata e autoriza a supressão de vegetação em áreas de proteção. É uma chacota com a população e uma afronta à saúde pública. Arborização urbana não é só estética. É justiça climática, é proteção social, é cuidado com quem mais sofre com o calor e a desigualdade”, afirmou.

Foto: Divulgação

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