Antes mesmo de começar a andar, Alice Santiago, de dois anos, já havia se encantado pelos agentes de limpeza que realizam a coleta na Avenida Beira-Mar, na Ribeira. Fruto dessa interação e da amizade desenvolvida ao longo destes dois anos, a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) decidiu presentear a fã mirim com um uniforme especial de agente de limpeza, para retribuir todo o carinho da menina. A ação é parte do Clubinho Limpurb, que realiza interações com crianças, distribuindo uniformes, mini caminhões de coleta e outros brindes da instituição.
“Acho que essa admiração nasceu ainda na barriga, pois os meninos sempre foram muito solícitos comigo, quando eu precisava descartar os resíduos, e pedia a ajuda deles. Sempre com muita educação”, afirma Graça Santiago, de 39 anos, mãe de Alice.
Desde que começou a engatinhar, a pequena Alice já se comunicava com os agentes. “Eles apontavam na esquina e ela já começava a gritar ‘bê! bê!’. E, de longe, eles prontamente respondiam ‘bebê, bebê, bebê”, reforça Graça, que começou a gravar em vídeo as interações da filha com os garis. Eram momentos gravados de forma despretensiosa, mas que rapidamente viralizaram, alcançando mais de 1,7 milhão de visualizações em uma rede social”, explica.
Há seis anos atuando na Limpurb, e chamado carinhosamente de Tio Bruno, o agente de limpeza Bruno Ferreira descreve essa interação como uma importante relação que valoriza cada vez mais o trabalho do dia a dia. “Assim como Alice, várias crianças interagem ao longo do trajeto. Mas ela, especificamente, quando nos chama de ‘meu bebê’, nos dá força e muita felicidade, pois é um carinho puro e verdadeiro”, declara.
Durante a entrega do uniforme para Alice, outro minifã surgiu no circuito. Edgar Pinheiro, de um ano e oito meses, avistou o caminhão da Limpurb e começou a interagir com a equipe que, prontamente, o presenteou com outra farda infantil.
“Edgar segue uma rotina específica, e tem seu horário de ir à varanda para ver o mar. Por conta disso, sempre que os amigos da Limpurb passam, ele interage, chamando os agentes para conversar, tirar fotos. Ele já ganhou, inclusive, um carrinho, uma pá e a vassoura dos agentes. Em resposta, os coletores passam chamando pelo apelido que deram a ele: ‘coração'”, afirma a avó Erilei de Carvalho, de 46 anos.
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