quarta, 16 de julho de 2025
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SAÚDE INTESTINAL SEM CUIDADOS PODE DIFICULTAR PERDA DE PESO, APONTA PESQUISA

Matheus Souza - 16/07/2025 13:17 - Atualizado 16/07/2025

Cada vez mais estudos confirmam que cuidar da saúde intestinal pode ser o ponto de virada para quem busca emagrecer com saúde e manter os resultados a longo prazo. Segundo uma revisão publicada no British Medical Journal, cerca de 70% da população mundial apresenta algum grau de disbiose intestinal, um desequilíbrio na microbiota que altera o funcionamento do trato digestivo. Essa condição tem relação direta com o ganho de peso, resistência à insulina, compulsão alimentar e até depressão. “A microbiota intestinal atua na regulação hormonal, na produção de neurotransmissores e no controle do apetite. Quando ela está desorganizada, todo o sistema metabólico sofre”, explica a médica.

De acordo com a nutróloga Suzana Viana, especialista em gastroenterologia, um intestino em desequilíbrio não só interfere na absorção de nutrientes, como também pode sabotar dietas e treinos, favorecendo a inflamação sistêmica e dificultando a perda de peso. “Muitas pessoas fazem tudo certo, mas não conseguem emagrecer porque ignoram um fator essencial: o bom funcionamento intestinal”, alerta.

A flora intestinal equilibrada favorece a digestão eficiente e permite que o organismo aproveite melhor os nutrientes dos alimentos. Além disso, bactérias benéficas produzem substâncias que modulam o metabolismo, controlam a inflamação e sinalizam a saciedade. “Quando o intestino está saudável, ele ‘conversa’ com o cérebro de forma eficaz. Isso melhora a resposta a dietas, reduz a fome emocional e potencializa os efeitos de medicamentos para emagrecimento”, destaca Suzana.

Por outro lado, a disbiose intestinal, causada por alimentação rica em ultraprocessados, estresse crônico, uso indiscriminado de antibióticos e baixa ingestão de fibras, gera um estado inflamatório que pode bloquear os mecanismos naturais de queima de gordura. “Em um ambiente intestinal inflamado, o corpo entra em alerta, passa a reter mais gordura e responde mal a estratégias comuns de emagrecimento”, afirma.

Diversos fatores podem contribuir para inflamações intestinais, desde intolerâncias alimentares até doenças sistêmicas e desequilíbrios hormonais. Por isso, segundo Suzana, o primeiro passo para um plano de emagrecimento bem-sucedido é realizar uma avaliação clínica detalhada. “É fundamental analisar a rotina alimentar, sintomas gastrointestinais, padrões de sono e níveis de estresse. A partir daí, fazemos exames físicos, avaliação de composição corporal e, quando necessário, solicitamos exames laboratoriais que investigam marcadores inflamatórios, intolerâncias ou alterações metabólicas”, orienta.

Dicas para cuidar da saúde intestinal

● Inclua alimentos fermentados na dieta – Iogurte natural, kefir, kombucha e chucrute são fontes de probióticos que fortalecem a microbiota.

● Consuma fibras todos os dias – Aveia, linhaça, chia, frutas com casca e vegetais ajudam na motilidade intestinal e alimentam as bactérias boas.

● Evite alimentos ultraprocessados – Embutidos, refrigerantes e industrializados favorecem o desequilíbrio da flora intestinal.

● Hidrate-se bem – A ingestão adequada de água melhora o trânsito intestinal e evita constipação.
● Gerencie o estresse – Estresse crônico altera a comunicação entre cérebro e intestino, piorando a digestão e a absorção de nutrientes.

● Evite uso indiscriminado de antibióticos e laxantes – Esses medicamentos afetam negativamente a diversidade da microbiota intestinal.

Mais do que contar calorias, o emagrecimento eficaz depende de um organismo funcionando em harmonia. E, nesse processo, o intestino ocupa um papel crucial. “Antes de pensar em dieta restritiva, pense em restaurar sua saúde digestiva. Em muitos casos, esse é o primeiro e mais importante passo para resultados reais e duradouros”, finaliza.

 

 

Crédito da foto: Freepik

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