Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE (10), A inflação foi de 0,24% em junho, uma ligeira desaceleração em relação a maio, quando variou 0,26%. O IPCA oficial do país acumula alta de 5,35%, descumprindo a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional.
O centro da meta é de 3% e o teto até 4,5%. Com a mudança da meta anual para a contínua, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, é obrigado a escrever uma carta a Fernando Haddad, ministro da Fazenda, com os motivos para o estouro. Essa é a segunda vez em seu mandato que o atual mandatário da autarquia terá que escrever documento para justificar o índice fora da meta.
o grupo Alimentação e bebidas registrou a primeira deflação (-0,18%) em 9 meses, contribuindo com -0,04 p.p. na taxa geral. O grupo foi influenciado pela alimentação no domicílio, que saiu de 0,02% em maio para -0,43% em junho, com quedas no ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). No lado das altas, destaca-se o tomate (3,25%).
Já a alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,46% em junho, frente ao 0,58% de maio. O subitem lanche passou de 0,51% em maio para 0,58% em junho, e a refeição, por sua vez, saiu de 0,64% em maio para 0,41% em junho.
O modelo de meta contínua estabelece que, em vez de ser medido a cada ano-calendário, como funcionava até o fim do ano passado, o IPCA seja verificado continuamente. É considerado que a meta foi descumprida se a inflação acumulada em 12 meses ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses seguidos. Como a regra passou a valer em janeiro de 2025, quando a inflação em 12 meses já chegava a 4,56%, o resultado de junho deve marcar o sexto mês consecutivo fora do limite.
A inflação de junho foi influenciada , principalmente, pela energia elétrica residencial, que, com a vigência da bandeira vermelha, registrou aumento de 2,96% no mês, sendo o subitem de maior impacto individual no índice (0,12 p.p.).