Saturday, 12 de July de 2025
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EXCLUSIVO: TARIFAS DE 50% IMPOSTAS POR TRUMP VÃO TER FORTE IMPACTO NEGATIVO NA ECONOMIA BAIANA. VEJA EM QUE SETORES.

Redação - 10/07/2025 07:00 - Atualizado 10/07/2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto e terá enorme impacto na economia baiana.

Segundo o economista Armando Avena, o aumento das tarifas vai afetar diretamente o setor industrial e de commodities.

“Os impactos dessas tarifas podem ser graves para o Polo Industrial de Camaçari e para toda indústria baiana que possui muitas inter-relações com o mercado americano.  O agronegócio também será afetado e se, o governo brasileiro estabelecer tarifas recíprocas, os impactos serão maiores ainda”, diz Avena.

No âmbito do comércio exterior, a Bahia será impactada já que os Estados Unidos são o 3º maior destino das exportações baianas que em 2024 atingiram 875 milhões de dólares, representando 7,5% das nossas vendas externas. É um volume três vezes menor do que o exportado para a China, mas vai afetar vários segmentos. Os principais produtos da Bahia exportados para os  Estados Unidos são:  Produtos químicos e petroquímicos, incluindo as resinas plásticas da Braskem; óleos combustíveis e derivados do petróleo; celulose; pneus e outros manufaturados industriais; e alguns produtos agrícolas processados como cacau e derivados ( manteiga de cacau e massa de cacau).  Empresas como Hershey ‘s, Mars e outras do setor alimentício importam derivados do cacau baiano.

Caso o Brasil estabeleça tarifas recíprocas, haverá grande impacto no âmbito das compras que a Bahia faz no exterior, já que os Estados Unidos são o maior importador de produtos, representando 27% de tudo que o estado compra no exterior.

A Bahia compra dos Estado Unidos, insumos para a indústria química e petroquímica, máquinas,  industriais para o agronegócio, mineração e construção civil; equipamentos elétricos e eletrônicos de grande porte; partes e peças para manutenção de indústrias; produtos farmacêuticos e hospitalares e muitos outros. Grande parte dessas importações se destina ao Polo Petroquímico de Camaçari e à indústria pesada.

Segundo o economista, poderá haver também impacto nos investimentos. “Os investidores americanos que atuam ou pretendem atuar na Bahia, em setores como energia renovável, químico, farmacêutico, agronegócio de precisão, logística e equipamentos, podem rever planos por conta do maior custo para importar máquinas, insumos e equipamentos dos EUA”, afirma Avena.

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