O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta segunda-feira (7), em relação a posição da Petrobras de voltar a avaliar a possibilidade de venda do Polo Bahia Terra, que o assunto ainda não chegou ao Conselho de Administração da Petrobras e nem ao ministério.
Caso a venda do Polo Bahia Terra vá a frente, significaria um retorno do programa de desinvestimentos da estatal, iniciado no governo Bolsonaro e cancelado no início do governo Lula.
O Polo Bahia Terra é conjunto de 28 blocos em terra com produção de 12 mil barris de óleo equivalente (petróleo e gás natural) e no último sábado (5), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a possibilidade de venda de Bahia Terra voltou à prancheta da estatal justamente porque o preço do barril do petróleo começou a cair. Segundo ela, não faz sentido produzir em terra quando o petróleo está US$ 65 o barril.
“Vamos decidir se Polo Bahia fica com a gente, se terceiriza a operação ou se repassa o ativo”, disse Magda na saída do Fórum Estratégico da Indústria Naval Brasil-China.
A declaração repercutiu mal junto à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o coordenador-geral da entidade, Deyvid Bacelar, definiu a posição como “inaceitável” e “extremamente infeliz”. Ele destacou em nota que a produção de petróleo na Bahia gerou R$ 257 milhões em tributos e arrecadações especiais ao governo e disse que a FUP vai buscar apoio do presidente Lula e do MME para “evitar que eventuais planos de liquidação de ativos prosperem”.
Silveira diz que o assunto não chegou a Brasília e citou dificuldades criadas para a população a partir da privatização de refinarias, o que teria elevado estruturalmente o preço dos combustíveis no Nordeste e Norte, após as vendas das refinarias de Mataripe (BA) e Manaus pela Petrobras à iniciativa privada durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro.