quarta, 09 de julho de 2025
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FUNDOS REGISTRAM RESGATES LÍQUIDOS DE R$ 37,8 BILHÕES NO 1º SEMESTRE

LUIZA SANTOS - 08/07/2025 18:05

A indústria de fundos de investimento encerrou o primeiro semestre de 2025 com resgates líquidos de R$ 37,8 bilhões. O resultado representa uma reversão em relação ao mesmo período de 2024, quando houve captação líquida positiva de R$ 190 bilhões. Considerando os últimos cinco anos, o desempenho do semestre só foi melhor que o dos seis primeiros meses de 2023, quando as saídas líquidas somaram R$ 124,7 bilhões.

Os fundos multimercados lideraram os resgates de janeiro a junho deste ano, com retiradas líquidas de R$ 78,9 bilhões — patamar semelhante ao registrado no mesmo período de 2024, quando as saídas somaram R$ 80,8 bilhões. Em seguida, as maiores perdas foram dos fundos de ações, que tiveram saídas líquidas de R$ 43,6 bilhões no primeiro semestre, frente a uma entrada de R$ 8,1 bilhões em igual intervalo do passado.

“O desempenho da indústria no primeiro semestre reflete um cenário macroeconômico desafiador, marcado por incertezas políticas e econômicas, além de uma postura mais cautelosa por parte dos investidores. Eles têm sido mais seletivos na alocação de recursos em ativos de maior risco”, afirma Pedro Rudge, diretor da ANBIMA.

Ele observa que, ao longo do ano, a indústria apresentou uma dinâmica bastante volátil nos fluxos de captação. Houve meses marcados por saídas expressivas — como em fevereiro e abril, quando os resgates líquidos somaram R$ 24,5 bilhões e R$ 52,4 bilhões, respectivamente — e períodos de captação positiva, como em janeiro, março e junho, com entradas de R$ 14,2 bilhões, R$ 11,7 bilhões e R$ 13,6 bilhões. “Esse comportamento sugere que os investidores podem estar reavaliando suas estratégias diante de um ambiente que inspira cautela”, completa.

Na contramão do desempenho de outras categorias, os fundos de renda fixa lideraram a captação líquida no primeiro semestre de 2025, com entradas de R$ 59,4 bilhões. Apesar do resultado positivo, o saldo é significativamente inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando atingiu R$ 199,6 bilhões. Entre os destaques do semestre, estão os fundos do tipo duração baixa soberano — que investem em títulos públicos de curto prazo — com captação líquida de R$ 59,8 bilhões, e os duração livre crédito livre — que podem alocar mais de 20% da carteira em títulos de crédito de médio e alto risco, no Brasil ou no exterior — que tiveram entradas líquidas de R$ 26,8 bilhões.

Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

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