A ausência do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), durante o São João gerou questionamentos. Após especulações, ele revelou estar na Itália e ter participado, nesta quarta-feira (25), de uma audiência com o Papa Leão XIV no Vaticano, ao lado da esposa e do filho.
Com a publicação das fotos nas redes sociais, a prefeitura informou que o gestor estaria “de férias”. No entanto, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição na Câmara, apontou que a ausência deveria ter sido formalizada.
“Mas, para tirar férias, o prefeito precisaria comunicar à Câmara e passar o cargo à vice-prefeita, para manter a cidade institucionalmente representada”, afirmou.
Ela citou que a Lei Orgânica do Município determina que as viagens oficiais devem ser comunicadas ao Legislativo: “Geralmente o prefeito solicita a autorização da Câmara para a viagem, que pode ser por motivos de interesse público ou particular. A Câmara analisa o pedido e, se aprovado, a autorização é publicada, tornando a viagem oficial”.
Mesmo em viagens curtas, inferiores a 15 dias, “é recomendável que haja alguma forma de comunicação pública sobre o afastamento”, completou Aladilce.
“Se o prefeito optou por viajar para o exterior e não poderia comparecer aos eventos oficiais, como os do São João da Capital ou lidar com demandas administrativas urgentes, o mínimo seria ter informado a Câmara com um simples ofício e transferir a função à vice-prefeita, com a responsabilidade formal de manter a cidade representada institucionalmente, como manda a Constituição”, acrescentou a vereadora.
Durante os festejos, o prefeito limitou-se a publicar uma imagem antiga com o filho, vestido com trajes típicos. O gesto apenas aumentou as especulações. “O que estavam falando é que ele teria sumido para não enfrentar a reação popular nas ruas, sobretudo dos professores há quase dois meses em greve pelo cumprimento do piso nacional da categoria”, criticou Aladilce.
Foto: Divulgação