quinta, 26 de junho de 2025
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CHEGADA DO INVERNO REPRIME ECONOMIA BRASILEIRA EM R$ 50 MILHÕES

LUIZA SANTOS - 26/06/2025 16:41

O Banco Central Europeu acaba de divulgar o 2º relatório de ‘Projeções Macroeconômicas’ do mês de junho. Apesar das tensões comerciais internacionais, impulsionadas pelos conflitos na Europa, Oriente Médio e o ‘tarifaço’ de Donald Trump, a inflação global – medida pelo Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor (IHPC) da zona euro – deve permanecer abaixo de 2% no curto prazo.

Em virtude da baixa projeção na inflação, os consumidores poderão aproveitar os ânimos do mercado internacional, se beneficiando de preços estáveis e, consequentemente, maior poder de compra. Em contrapartida, a mudança de estação no Hemisfério Sul à partir desta sexta, 20, deve provocar uma retração econômica inesperada no varejo brasileiro, avaliada negativamente em R$ 50 milhões, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

As estimativas da CNC levam em consideração a elevação de até 2ºC acima da média histórica no Brasil, impactando diretamente o segmento de vestuário, calçados e acessórios. Embora as expectativas internacionais, relacionadas à economia, estejam positivas, o comércio nacional pode não ver os frutos da inflação por agora. Ainda segundo a CNC, o endividamento familiar figura acima dos 50% da renda em 2025, sendo mais um agravante para os comerciantes.

O fim das expectativas para o aquecimento das vendas no inverno impacta microempreendedores de todo Brasil, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste. De acordo com a empresária e fundadora da Afrocentrados Conceito, Cynthia Paixão, a estagnação dos comércios acompanha o endividamento familiar, que embora tenha oscilado desde o ano passado, voltou à subir exponencialmente no primeiro trimestre de 2025.

“A chegada do inverno geralmente marca um ponto de atenção tênue. Ou teremos um aquecimento varejista ou uma retração, e a oscilação econômica varia de acordo com a região brasileira que o comerciante estará inserido. Apesar das projeções do BCE terem animado os mercados, a chegada da nova estação deixou as marcas em dúvida, sobretudo as marcas geridas por pessoas negras no Brasil. Isso porquê os empreendedores negros tem mais dificuldade de acesso ao crédito e financiamento. Atrelado à isso também temos o endividamento familiar e a queda de vendas no inverno, que impactará o fluxo de caixa”, explica a empresária.

Foto: Marcelo Camargo / Arquivo Agência Brasil

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