A construção da ponte Salvador/Itaparica começa em 2026, segundo o contrato assinado, e ficará pronta em 2032. Mas algumas questões técnicas precisam ser avaliadas. Uma delas é a existência no vão central da ponte de rocha excessivamente maleável.
O consórcio que vai construir a ponte investigou o solo até chegar a 200 metros de profundidade. Na sondagem do vão central com 67 metros de lâmina d’água foi encontrado rochas maleáveis.
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reconheceu isso em entrevista ontem (16), quando falou sobre o andamento da ponte Salvador-Itaparica.
“Ali é um desafio de engenharia que não é pequeno. Ali é uma profundidade grande e, infelizmente, no meio, onde vão ficar os pilares centrados, onde tem um vão maior para os navios passarem por baixo, a rocha não veio de boa qualidade, portanto é um desafio ainda maior de engenharia. E, durante a construção, você tem que enfrentar tempos de mar, como agora está chovendo, está ventando, maré alta, maré forte, isso tudo você tem que enfrentar para construir. Então não é diferente construir uma obra em solo”, disse, em entrevista à rádio Piatã FM.
O portal Bahia econ6omica apurou que na sondagem feita no sentido Ilha de Itaparica-Salvador, encontrou dois quilômetros de material mais jovem, com uma fina camada de solo sedimentar e, logo em seguida, um material rochoso de boa qualidade.
Mas nos quilômetros seguintes há um comportamento diferente, com uma camada longa de material sedimentar e depois um material rochoso de baixa resistência intercalado com finas camadas de material resistente. Isso se deve à movimentação do mar e à idade geológica da BTS (66 milhões de anos no trecho próximo à Ilha de Itaparica e 241 milhões de anos no trecho próximo a Salvador).
Com isso, haverá na fundação, no vão central, um desafio maior sob o ponto de vista da engenharia, embora nada que as empresas não possam enfrentar.
Em relação ao foto do projeto executivo ainda ter de ser feito e porque, após tanto tempo de anunciada, a ponte não tinha projeto executivo, Costa afirmou:
“Projeto executivo é um projeto detalhado. Por que não fez antes? Porque para fazer projeto executivo precisa saber em cada ponto qual a profundidade da rocha, qual o tipo da rocha. Isso tudo define um tipo de fundação, vai mudar o projeto”, completou.
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