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GOVERNO REALIZA LEILÃO DE 172 ÁREAS PARA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO PAÍS

João Paulo - 17/06/2025 16:59

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza nesta terça-feira (17) um leilão de concessão de 172 áreas para exploração de petróleo no país. O evento começou às 10h. Às 12h, as empresas Petrobras, ExxonMobil, Chevron e CNPC haviam arrematado 19 dos 47 blocos exploratórios de petróleo e gás ofertados na Bacia da Foz do Amazonas, por um valor total de R$ 844 milhões.

Os blocos ofertados na sessão estão distribuídos em cinco bacias sedimentares — quatro marítimas e uma terrestre. No mar, ficam as bacias da Foz do Amazonas (na costa do Amapá e parte do Pará), Potiguar (entre o Rio Grande do Norte e o Ceará), Santos (no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro) e Pelotas (no Rio Grande do Sul). Em terra, está a bacia dos Parecis, localizada no estado de Mato Grosso.Um dos destaques desta rodada é a presença de 63 blocos na Margem Equatorial (os das bacias da Foz do Amazonas e Potiguar).

A área tem sido chamada de “novo pré-sal”, por ser uma região ainda pouco explorada, com potencial para grandes reservas de petróleo. No entanto, sua exploração levanta preocupações ambientais. Ao todo, 31 empresas estão habilitadas para participar do leilão, entre elas, grandes companhias como a Petrobras, a Shell, do Reino Unido, e a americana ExxonMobil, além de petroleiras da Austrália, Bermudas, Catar, China, Colômbia, França, Noruega e Portugal. Inicialmente, eram 332 blocos disponíveis no total, mas apenas os 172 que receberam propostas ou garantias de oferta foram incluídos no leilão desta terça-feira.

Foto: Petrobras/divulgação

Os 63 blocos ofertados nas bacias Foz do Amazonas e Potiguar ficam na Margem Equatorial, uma área considerada pela ANP uma “nova fronteira” para a indústria do petróleo, com potencial estimado em até 10 bilhões de barris, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A ANP informou que o governo federal aposta na atração de investimentos para a região, para gerar empregos, renda e desenvolvimento local. No entanto, a exploração da área, onde fica a foz do rio Amazonas, preocupa ambientalistas. A região possui uma vasta biodiversidade e abriga cerca de 13 mil indígenas, que poderiam ser afetados em caso de um possível derramamento de óleo.

Atualmente, a Petrobras tenta convencer o Ibama a conceder o licenciamento ambiental para a perfuração do bloco FZA-M-59 (também chamado de bloco 59) adquirido pela estatal na costa do Amapá, onde a empresa espera confirmar a existência de considerável reserva de petróleo.

O Ministério Público Federal (MPF) chegou a entrar na Justiça para impedir a realização do leilão, alegando que, sem os estudos prévios adequados, ele representa uma grave violação de direitos fundamentais, compromissos internacionais e da legislação ambiental brasileira. No entanto, ainda não houve decisão sobre o tema.

Outra preocupação de especialistas é em relação ao bloco que fica a 398 km da Ilha de Fernando de Noronha. Recentemente, pesquisadores do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) alertaram que, caso ocorra algum problema de vazamento na Bacia Potiguar, correntes marítimas podem transportar o óleo para Noronha em curto espaço de tempo.

Foto: Divulgação/Petrobras

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