Com a queda das temperaturas em junho, é comum que muitas pessoas sintam desconforto na garganta, pigarro constante e até mudança na qualidade da voz. O ar frio e seco, característico dessa época do ano, resseca as mucosas da faringe e da laringe, comprometendo a lubrificação natural das pregas vocais. A otorrinolaringologista e especialista em laringologia, Érica Campos , explica que o principal problema é a desidratação das estruturas vocais causada pela baixa umidade do ar. “Quando a umidade do ar diminui e o organismo não está suficientemente hidratado, as estruturas da voz sofrem. O ressecamento torna a vibração das pregas vocais menos eficiente, o que leva ao cansaço vocal e à irritação local”, afirma.
Segundo Érica, a voz pode ficar mais fraca, rouca ou até falhar em dias frios, sintomas que costumam ser comuns, mas que merecem atenção para evitar complicações. “Manter-se hidratado, evitar ambientes muito secos e, se possível, utilizar umidificadores são cuidados simples e eficazes para preservar a saúde vocal durante o inverno”, destaca. A médica também alerta para quem usa muito a voz no dia a dia ou profissionalmente, pois o ressecamento pode causar maior desgaste vocal e aumentar o risco de lesões. “A voz é uma ferramenta valiosa e precisa de cuidados especiais, especialmente em condições climáticas que prejudicam a lubrificação natural das pregas vocais”, reforça.
Cuidados para preservar a voz no frio:
* Hidrate-se constantemente: Beber bastante água mantém as mucosas úmidas e as pregas vocais lubrificadas, facilitando a vibração natural da voz.
* Evite ambientes muito secos: Use umidificadores ou coloque bacias com água nos ambientes para aumentar a umidade do ar.
* Proteja a garganta do frio: Use cachecol para aquecer a região do pescoço, evitando ressecamento e irritação.
* Evite falar em excesso ou em voz muito alta: O esforço vocal pode agravar o cansaço e a irritação nas pregas vocais.
* Evite fumar e o consumo excessivo de álcool: Ambos ressecam as mucosas e prejudicam a recuperação da voz.
* Procure orientação médica se os sintomas persistirem: Rouquidão que dura mais de 15 dias, pigarro constante ou irritação frequente merecem avaliação especializada.
Sobre Erica Campos
Referência em transição da voz, Érica Campos tem Fellowship em Laringologia e Otorrino Pediatria Avançada (UNICAMP), é Mestre em Neurolaringologia (UNICAMP) e tem formação complementar no Mount Sinai Hospital, em New York/USA, e no Massachusetts General Hospital & Harvard Medical School, em Massachusetts/USA. É Membro Titular da ABORL-CCF (Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial) e Full Member da IATVS (International Association of TransVoice Surgeons). Também atua como preceptora no Serviço de Laringologia do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos (UFBA) e Hospital Otorrinos. Mais informações: https://www.instagram.com/dra.ericacampos/