A PetroReconcavo adquiriu nesta quinta-feira, 5 de junho de 2025, 50% dos ativos de midstream da Brava Energia no Rio Grande do Norte. A transação representa um importante avanço estratégico para a PetroReconcavo, fortalecendo sua atuação na verticalização da cadeia de valor do gás natural. Trata-se também de um marco relevante para o setor, ao consolidar um novo arranjo de infraestrutura essencial ao desenvolvimento do onshore brasileiro e à construção de um mercado de gás natural mais competitivo, eficiente e dinâmico.
Os ativos adquiridos compreendem duas Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN II e UPGN III), com capacidade conjunta de 3 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/dia), equipamentos auxiliares à operação, incluindo sistemas de recebimento, compressão e armazenamento de derivados líquidos, bem como, um gasoduto que interliga a produção de gás natural da PetroReconcavo e de outros campos operados pela Brava Energia às referidas UPGNs.
O valor total da transação é de US$ 65 milhões (cerca de R$ 340 milhões), a serem pagos pela PetroReconcavo à Brava Energia, conforme o cronograma: (i) 10% pagos nesta data; (ii) 25% estão condicionados à aprovação da transação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE); (iii) 50% serão pagos no closing da transação, após o cumprimento das condições precedentes e sujeito à superação de todas essas condições e (iv) 15% a serem pagos de forma fracionada, conforme evolução do processo de transferência imobiliária.
A operação será regulada por um Joint Operating Agreement (JOA), que passará a ser válido no closing da transação. A Brava Energia permanecerá como operadora dos ativos, e será estabelecido um Comitê Operacional composto por representantes de ambas as empresas, com a finalidade de estabelecer princípios orçamentários, de custo e de eficiência para a operação das plantas.
Além disso, as duas empresas assinaram contrato de compra e venda de gás natural, no qual a PetroReconcavo fornecerá gás rico (com alta concentração de hidrocarbonetos mais pesados do que o metano) à Brava Energia, pelo período de 6 anos. O fornecimento será de 75 mil metros cúbicos diários (Mm³/dia) a partir de 1 de julho de 2025, de 150 Mm³/dia de 2026 a 2030, e retornará para 75 Mm³/dia no primeiro semestre de 2031.
Segundo o CEO da PetroReconcavo, José Firmo, a aquisição representa um movimento histórico para a reestruturação da infraestrutura do onshore no país:
“Com esse investimento, damos um passo decisivo para fortalecer uma cadeia de valor mais conectada, robusta e eficiente no onshore brasileiro. Esta cooperação com a Brava Energia, na principal rota de escoamento da produção de gás natural no Rio Grande do Norte, amplia a resiliência operacional, aumenta a eficiência do sistema e otimiza custos para todos. Ao mesmo tempo, reforçamos o papel do segmento de midstream na estratégia da Petroreconcavo”
Esse é o segundo grande movimento da companhia rumo à verticalização no segmento de midstream. Em 2024, foi inaugurada a UTG São Roque, na Bahia, primeira unidade de tratamento de gás da PetroReconcavo, com capacidade de 400 mil metros cúbicos por dia e investimento de R$ 23 milhões. A unidade já recebe a produção dos campos de Mata de São João, Remanso, Jacuípe e Riacho São Pedro.
“Este contrato com a Brava é um investimento estratégico para a PetroReconcavo, pois viabiliza o alinhamento dos gasodutos de escoamento da produção com a malha de transporte. Como primeira empresa privada a produzir no onshore brasileiro, damos mais um passo importante com este marco, que reforça a capacidade da companhia de processar 100% dos volumes previstos de produção, além de contribuir para atrair demanda incremental, acompanhando a expansão do mercado de gás natural no país”, informou João Vitor Moreira, VP de Novos Negócios da PetroReconcavo.
Esses investimentos estão alinhados à estratégia da PetroReconcavo de ampliar o peso do gás natural em seu portfólio. Desde a entrada em vigor da Nova Lei do Gás, em 2022, a participação do gás na produção total da companhia saltou de menos de 10% para mais de 40%, consolidando o combustível como vetor de crescimento sustentável.
Foto: Acervo Petroreconcavo