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‘JÁ FOMOS O PAÍS DO FUTEBOL E DO CARNAVAL, HOJE SOMOS O PAÍS DA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL’, DIZ PRESIDENTE DA FAEB EM FÓRUM ESG

Bruna Carvalho - 05/06/2025 11:57

Durante participação no IV ESG Fórum Bahia, nesta quarta-feira (4), no Porto de Salvador, o presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, afirmou que o agronegócio brasileiro é parte da solução para os problemas ambientais e não o vilão, como costuma ser retratado em debates sobre emissões de gases de efeito estufa. Segundo ele, o setor utiliza apenas 7% do território nacional e é responsável por alimentar mais de um bilhão de pessoas no mundo.

“O Brasil utiliza só 7% do seu território com atividade agrícola, produzindo alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas no mundo inteiro. Nossa produção chega a mais de 170 países e, mesmo assim, somos responsáveis pela emissão de apenas 3% dos gases de efeito estufa no planeta. O que significa dizer que o agro não é o problema, é a solução”, declarou Miranda durante o painel “Desafios e Soluções para a Descarbonização do Setor Agropecuário e da Mineração”.

Durante sua apresentação, o dirigente apontou que o Brasil tem sido alvo de críticas injustas, especialmente ao considerar que países como China e Estados Unidos lideram o ranking global de emissões. Ele também contestou a metodologia usada para calcular a contribuição brasileira no cenário de emissões globais.

“Enquanto a China emite 26% e os Estados Unidos emitem 19%, nós somos injustamente acusados de sermos os grandes responsáveis pela emissão de CO2. Pior: dentro dos 3% que competem ao Brasil, o agro é erroneamente responsabilizado pela maior fatia, isso porque os cálculos incluem práticas atribuídas ao setor urbano e industrial, a exemplo de queimadas e até o uso do solo que abrange outras atividades, como a construção de estradas. É uma métrica totalmente diferente da que é aplicada em outros países, nos deixando na desvantagem”, avaliou.

Miranda também destacou que o agronegócio brasileiro opera sob um dos Códigos Florestais mais rígidos do mundo e adota práticas sustentáveis reconhecidas internacionalmente. Entre as iniciativas, citou a agricultura de baixo carbono, o plantio direto, a irrigação inteligente e o uso de bioinsumos como estratégias que aumentam a produtividade sem ampliar a área cultivada.

“Na há no mundo nenhum país que preserva mais que o Brasil, inclusive em dentro das propriedades privadas, por isso somos o país do agro sustentável e é assim que devemos ser vistos, muito mais do que pelo futebol e carnaval”, afirmou.

O painel foi mediado pelo jornalista Donaldson Gomes, editor de Economia do jornal Correio, e contou ainda com a participação da presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Alessandra Zanotto, e da diretora da empresa Xilolite S/A, Renata Camargo.

Consolidado como um dos principais espaços de debate sobre sustentabilidade, responsabilidade social e governança no estado, o ESG Fórum Bahia chegou à sua quarta edição reunindo lideranças empresariais, especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil.

Foto: Divulgação Faeb/Senar

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