O projeto Salvador Vai de Bike se consolidou como uma das principais iniciativas de mobilidade sustentável da capital baiana. Lançado há sete anos, o sistema de bicicletas compartilhadas, conhecidas como “laranjinhas”, já ultrapassou a marca de mais de 7,1 milhões de viagens realizadas por mais de 600 mil usuários cadastrados.
Atualmente, a cidade conta com 67 estações, onde é possível pegar as bikes, e uma frota de 650 delas, das quais 220 são elétricas. Essas últimas, equipadas com motores elétricos, o que facilita o pedal dos usuários, foram implantadas há dois anos. Neste ano, o sistema passou por uma nova expansão, com a implantação de sete novas estações, localizadas no Imbuí, Farol da Barra, Oswaldo Cruz (Rio Vermelho) e estações do sistema do BRT.
De acordo com a coordenadora do Movimento Salvador Vai de Bike (MSVB), Liana Oliva, cada uma delas têm uma média de cinco viagens por dia. “Temos 200 bicicletas elétricas em nosso sistema e são bastante utilizadas. A bicicleta elétrica ajuda muito a vencer alguns pontos como diferenças de relevo e temperatura em nossa cidade, pois o esforço é menor e torna os trajetos mais fáceis, atendendo a muitas funções, em especial quando pensamos em mobilidade e microacessibilidade”, conta.
O crescimento do sistema reflete um aumento geral no número de ciclistas nas ruas da cidade. Muitas pessoas, ressalta a coordenadora, têm o primeiro contato com uma bicicleta urbana por meio do sistema compartilhado.
“O uso das bicicletas em Salvador é um crescente extremamente positivo, mostra que realmente existe uma adesão da população soteropolitana às bicicletas compartilhadas, o uso aqui é um dos maiores do Brasil. O sistema de bicicletas compartilhadas é um termômetro que podemos utilizar, além de ser a porta de entrada para muitos que acabam adquirindo a própria bicicleta”, ressaltou Liana.
A estimativa da Prefeitura de Salvador é que o programa tenha contribuído para evitar a emissão de mais de 5 toneladas de dióxido de carbono (CO2), fato que, consequentemente, ajuda a melhorar a qualidade do ar da capital baiana. A média mensal de CO2 economizado gira em torno de 25 toneladas. Além disso, o sistema contribui para a redução da poluição sonora, causada pelos motores de outros meios de transporte.
“O seu uso contribui para um ambiente com menos poluição, tanto no ar, quanto sonora, o que tem um impacto direto na qualidade de vida das pessoas. Falamos também de redução no trânsito, acessibilidade e baixo custo, por ser o meio de transporte mais econômico para os usuários”, completa a gestora.
O programa também conta com o projeto Bike Comunidade, que funciona em regiões onde ainda não há estações fixas do sistema principal. São 14 centros ativos com cerca de 140 bicicletas, geridas pelas próprias comunidades. Desde sua criação, o projeto já beneficiou mais de 1,2 mil pessoas, entre moradores, comerciantes e estudantes.
O usuário precisa se cadastrar no aplicativo ou site do Bike Salvador (Bike Itaú) e escolher um dos planos disponíveis. No caso das bicicletas elétricas, é cobrada uma taxa extra de R$3,50 a cada 15 minutos de uso. A viagem avulsa custa R$4,90; o passe diário sai por R$9,90; o valor mensal é de R$25,90 e a taxa anual é de R$160.
Foto: Jefferson Peixoto/Secom PMS