quinta, 05 de junho de 2025
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CERCA DE 25% DOS COLABORADORES COMPROMETERAM MAIS DE 35% DO SALÁRIO COM CONSIGNADO EM NOVO MODELO

Bruna Carvalho - 03/06/2025 11:25

Em março deste ano passou a valer a nova Medida Provisória (MP) nº1292, em que as empresas precisam se adaptar a um novo formato que amplia o acesso dos trabalhadores CLT ao consignado privado – o Crédito do Trabalhador. Dessa forma, dados proprietários da Serasa Experian mostram que no primeiro mês, desde a mudança, 24% dos colaboradores que demandaram pelo recurso ultrapassaram o comprometimento salarial de 35% que é agora estabelecido pelo governo.

“Alguns trabalhadores têm experimentado um maior comprometimento de renda, pois o novo cálculo pré-estabelecido não leva em consideração possíveis descontos em folha que podem ocorrer mensalmente, como coparticipações de plano de saúde, que reduzem o salário líquido do colaborador. Além disso, há empregadores que ainda correm risco de utilizar parâmetros inconsistentes, como o limite de 30% em vez dos 35% previstos por Lei, ou desconsideram verbas que deveriam compor o cálculo. Para evitar prejuízos e responsabilidades legais, é fundamental contar com tecnologia para assegurar precisão e conformidade nesse processo”, explica Délber Lage, CEO da SalaryFits, empresa da Serasa Experian.

 

Novo cenário traz oportunidades e desafios para as empresas envolvidas no processo

O estudo realizado pela SararyFits, empresa da Serasa Experian, mostra que a nova MP, que tem como um dos objetivos facilitar o acesso do trabalhador brasileiro a mais players aptos a concederem crédito consignado, vem surtindo efeitos positivos nesse sentido: 35% dos contratos identificados foram feitos com financeiras que não tinham parceria estabelecida com os empregadores, o que significa que o trabalhador não teria tido acesso a essas ofertas fora do programa de Crédito do Trabalhador.

Entretanto, embora haja benefícios, ainda de acordo com o levantamento inédito, os dados mostram como essa mudança está impactando o departamento Financeiro e de Recursos Humanos das empresas ao exigir novos processos e alinhamentos com a contabilidade.

“Ampliar o acesso do trabalhador a diversas empresas credoras é muito positivo, pois o funcionário poderá comparar propostas e adquirir a que for mais vantajosa. Entretanto, esse cenário também pode ser desafiador, porque quanto mais instituições financeiras envolvidas, maior o número de dados e reportes que o RH precisará para garantir a gestão desses financiamentos, pois o empregador passa a ser responsável por acessar manualmente o Portal Emprega Brasil para baixar os arquivos dos colaboradores, inserir os descontos na folha, escriturar as informações no eSocial e recolher os valores via guia única do FGTS para a Caixa Econômica Federal, que redistribui os montantes aos bancos”, comenta Délber Lage.

Os dados da análise feita pela datatech também mostraram que 5% dos colaboradores analisados registraram mais de um contrato de empréstimo ativo simultaneamente – prática não autorizada de acordo com as regras do Crédito do Trabalhador mesmo que a pessoa ainda tenha margem consignável disponível. Para o CEO da SalaryFits, empresa da Serasa Experian, “esse é um outro tipo de controle que os RHs das empresas precisam fazer para garantir a conformidade e evitar erros no processo. Frente ao volume e a complexidade das operações, torna-se mandatório automatizar e atualizar processos o quanto antes, já que assim como a extrapolação da margem de comprometimento, o não pagamento ou mal preenchimento de dados resultará em penalidades às empregadoras”.

Foto: Agência Brasil

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