domingo, 01 de junho de 2025
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ENCERRAMENTO DO FIB 15 DESTACA PAPEL DOS FÓRUNS LOCAIS E REGIONAIS NA GOVERNANÇA DA INTERNET

João Paulo - 31/05/2025 09:30 - Atualizado 31/05/2025

No último dia do 15º Fórum da Internet no Brasil, realizado em Salvador, na capital baiana, o painel “30 Anos CGI.br – Governança da Internet: conexões entre o local, regional e o global” reuniu lideranças de diferentes iniciativas de governança da Internet ao redor do mundo para debater os desafios e as perspectivas do modelo multissetorial. O encontro refletiu sobre como os fóruns nacionais e regionais têm contribuído para o fortalecimento dessa abordagem, destacando a importância do trabalho intersecional e da escuta ativa das comunidades sub-representadas.

Mediado por Renata Mielli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o painel permitiu espaço para troca de experiências entre representantes da sociedade civil, governos e instituições acadêmicas de diferentes países. “Estamos aqui para ampliar a comunidade que discute os temas digitais e as trocas de experiências. Ela é essencial para o fortalecimento mútuo dessas redes de debate. Essas trocas não acontecem só nos eventos, mas nas várias listas, grupos e iniciativas nas quais a gente consegue construir num trabalho interseccional contínuo”, destacou. A necessidade de ampliar o acesso à Internet e garantir que ele seja significativo e de qualidade foi amplamente destacada pela mesa.

Para Anriette Esterhuysen, o continente africano ainda enfrenta graves problemas estruturais. “A penetração da Internet na África está reduzindo. Não temos infraestrutura suficiente e dispositivos que sejam acessíveis. Essas relações entre sociedade e governos não são fáceis, mas a ideia é criar espaços onde relacionamentos podem ser desenvolvidos”, pontuou. Esterhuysen é ex-presidente do Comitê Consultivo Multissetorial do Fórum de Governança da Internet das Nações Unidas (IGF) e atua nos órgãos dirigentes da Associação de Apoio do IGF e da Rede Sul-Africana de Educação Superior.

Já Jennifer Chung, do FGI Regional da Ásia-Pacífico (APrIGF), chamou atenção para o papel da equidade como princípio fundamental da governança digital: “Equidade é a palavra que temos que ter como alvo para trazer vozes sub-representadas. Precisamos usar nossa força e como cada um de nós promovemos essa abordagem descentralizada e cada vez mais inclusiva para superar obstáculos.”

Na América Central, desafios políticos e estruturais também se impõem. Lia Hernandez, representante dos IGF Panamá e IGF Centro-América, relatou como a região costuma ser invisibilizada nos debates sobre Internet. “Muitas vezes, as coisas acontecem e o impacto da Internet vai para México e Colômbia, e esquecem a região que tem problemas de garantias fundamentais.” Ela destacou o caso de El Salvador, onde leis autoritárias ameaçam a liberdade de expressão, e chamou atenção para as desigualdades internas no Panamá.

A experiência brasileira também foi ressaltada por Renata Mielli, ao lembrar que o acesso de qualidade continua sendo um desafio nacional. “Não basta estar conectado, tem que ser de qualidade e ter impacto na vida das pessoas”, destacou a mediadora.

Anja Gengo, especialista em programas e ponto focal para iniciativas nacionais, regionais e juvenis do Secretariado das Nações Unidas para o Fórum de Governança da Internet (IGF), compartilhou o processo de crescimento dos fóruns a partir da perspectiva histórica. “É impressionante como as comunidades conseguiram fazer isso, e triplicamos os eventos. Quando a gente faz a revisão dos 20 anos da Cúpula da Informação, a gente tem que pensar o valor do IGF como estrutura de comunidade, com a emergência dos diferentes. É quantidade com qu…

Fotos: Robson Faria/ NIC.br

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