O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes, é alvo de investigação da Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em vazamentos de decisões judiciais. A apuração aponta que ele transferiu, entre março de 2020 e dezembro de 2023, cerca de R$ 899 mil para Danilo Falcão, seu ex-chefe de gabinete.
Fernandes declarou que os repasses eram referentes a pagamentos mensais pelas funções exercidas por Falcão, que agora é investigado por repassar informações sigilosas a uma organização criminosa.
Segundo o UOL, a PF apreendeu documentos sensíveis na casa de Falcão, incluindo um pen drive com dados bancários do ministro e de sua esposa. As investigações indicam que Falcão atuava como assistente pessoal de Fernandes, gerenciando suas finanças e pagando contas.
Embora as transferências em si não sejam consideradas irregulares, os investigadores avaliam se as informações encontradas têm relevância para o caso. A PF também aponta que Falcão tinha acesso irrestrito à vida pessoal e financeira do ministro e possuía patrimônio incompatível com sua renda, incluindo relógios de luxo.
Mensagens interceptadas sugerem que documentos do gabinete de Fernandes foram repassados por um lobista preso, e que Falcão seria o elo entre o gabinete e esse intermediário, atuando na venda de informações confidenciais.
Falcão foi afastado do cargo por ordem do STF. O ministro afirmou que ele trabalhava com ele desde 2008 e que os pagamentos estavam de acordo com o Manual de Organização do STJ.
Foto: Agência Brasil