Após dois dias intensos de apresentações e debates no Hotel Wish Bahia, o auditório Lúcia Alencar, na Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), recebeu nesta quinta-feira (29) mais uma rodada de discussões do seminário internacional ‘Governança e redes integradas de atenção à saúde em países federativos e descentralizados: experiências, trajetórias e lições para as políticas de saúde’.
O encontro, que se encerra nesta sexta-feira (30) e reúne representantes de 12 países, entre pesquisadores, gestores e integrantes da sociedade civil, tem como objetivo de trocar experiências sobre modelos de governança multinível dos sistemas de saúde, debatendo os desafios da organização e identificando facilitadores entre os modelos de gestão.
Depois da apresentação de experiências dos países europeus e norte-americanos na terça-feira (27) e na quarta-feira (28), as atividades desta quinta-feira se concentraram nos modelos dos países sul-americanos.
Pela manhã, apresentaram-se o Secretário Adjunto da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Nilton Pereira, representando o Brasil; Pedro Alejandro Cruzado Puente, Director General de Dirección de Redes Integradas de Salud, pelo Peru; Yecid Ramiro Humacayo Morales, Director de Redes do Ministério da Saúde da Bolívia; Luis Carlos Leal, assessor do Ministério da Saúde da Colômbia; Sergio Rojas Garrido, técnico do Programa por Resultados de Banco Mundial para APS Universal en Minsal, pelo Chile; além de Armando de Negri Filho, representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) na Venezuela.
“Vimos ali que um dos principais dilemas do Chile é exatamente o número de pacientes nas filas da atenção especializada e o excessivo tempo de espera, que é também nossa principal realidade e que é o foco do presidente Lula e do ministro Padilha. Então, poder dialogar com as experiências internacionais é importante. A gente ouve vários relatos de países que também trabalham com sistemas de saúde descentralizados, com a gestão dos estados ou províncias, dos municípios e do governo federal. Sistemas que são sempre muito complexos e dos quais podem ser extraídas experiências importantes para a melhoria do atendimento à população”, avaliou o Dr. Nilton Pereira, Secretário Adjunto da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde.
A Coordenadora Executiva de Fortalecimento do SUS na Bahia, Roberta Sampaio, também falou sobre a importância do seminário, que foi promovido pelo Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA), com o apoio da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), e com participação do Ministério da Saúde e entidades representativas do controle social e da gestão do SUS.
“Este seminário faz parte de uma estratégia de estruturação da política de saúde na Bahia e de seu sistema de governança. O SUS tem um sistema de governança potente, mas a gente sente ainda que podemos melhorá-lo. Então, provocamos o Ministério da Saúde e estimulamos que eles estivessem aqui conosco, porque os frutos deste encontro não serão um insumo só para a Bahia, mas para todos nós. Por isso trabalhamos com experiências de outros países com modelos democrático e federativo, para entender melhor como é que se dá essa relação de integração de rede e de pactuação de governança entre regiões, províncias, estados, municípios e governos locais. No fim, a gente vai ter um documento consolidador de todos os trabalhos realizados aqui. Hoje a gente se reúne em oficinas para fazer essa consolidação, com uma escuta geral de todas as impressões”, explicou Sampaio.
O seminário terá encerramento nesta sexta-feira (30), com o dia reservado para visitas a importantes equipamentos de saúde da Sesab. Pela manhã, o grupo irá ao Hospital Estadual Mont Serrat de Cuidados Paliativos, e à tarde seguirá para a Policlínica de Narandiba, fechando o encontro na Central de Comando e Controle da Sesab, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Fotos: Jamile Amine / Saúde GovBA